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Friedrich Merz é eleito chanceler da Alemanha após segundo turno no Parlamento

Fracasso inédito na primeira votação expõe fragilidade da nova coalizão governista.
Merz abre mandato sob pressão interna e externa. (Foto: Fabrizio Mensch)

O líder conservador Friedrich Merz foi eleito chanceler da Alemanha nesta terça-feira (6), após um segundo turno de votação no Parlamento federal. O novo chefe de governo conquistou 325 votos, apenas nove a mais que o necessário para obter a maioria absoluta, e assume o cargo em meio a questionamentos sobre sua liderança e à instabilidade política que marcou sua chegada ao poder.

A eleição de Merz foi marcada por um início constrangedor, com uma derrota no primeiro turno, quando obteve apenas 310 votos, o que revelou divergências internas na coalizão formada por seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU), e os social-democratas (SPD), de centro-esquerda. O resultado expôs tensões políticas após a implosão do governo de Olaf Scholz, em novembro do ano passado.

Após ser eleito, Merz foi formalmente nomeado no Palácio Bellevue pelo presidente Frank-Walter Steinmeier, e prestará juramento no prédio do Reichstag, tornando-se o 10º chanceler da Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial.

Desafios econômicos e geopolíticos

A expectativa sobre Merz é alta. Ele assume em meio à terceira retração econômica consecutiva na Alemanha, agravada por tarifas comerciais impostas pelos EUA, falta de energia russa e a competição crescente com a China. Além disso, a postura imprevisível de Donald Trump em relação à Otan pressiona o novo governo a reforçar a capacidade de defesa europeia.

No plano doméstico, a coalizão promete reduzir impostos corporativos, diminuir o custo da energia e intensificar o apoio à Ucrânia, com aumento nos gastos militares.

Crise de confiança e impacto político

O início de mandato, porém, já enfrenta críticas. Para analistas, o revés no primeiro turno reflete falta de coesão na base parlamentar e insatisfação com escolhas de gabinete e compromissos fiscais. O episódio também fortaleceu o Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema-direita que vem crescendo nas pesquisas desde as eleições de fevereiro.

A cientista política Jana Puglierin, do Conselho Europeu de Relações Exteriores, destacou que o fracasso inicial “frustrou a esperança de que a Alemanha reassumisse seu papel de âncora de estabilidade na Europa”. Já o economista Holger Schmieding, do Berenberg Bank, alertou que a divisão na coalizão pode comprometer a implementação de políticas.

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