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A endometriose, que afeta entre 10% e 15% das mulheres em idade fértil, representa um desafio crescente para a saúde pública global, comprometendo a qualidade de vida e a fertilidade feminina. Durante o Março Amarelo, mês de conscientização sobre a doença, especialistas alertam para a importância do diagnóstico precoce como forma de evitar complicações mais graves e preservar a possibilidade de gestação.
Segundo o médico Marcelo Cavalcante, especialista em reprodução humana, a endometriose é uma doença crônica e progressiva, caracterizada pela presença de tecido endometrial fora do útero. Entre os sintomas mais comuns estão dor pélvica intensa, alterações menstruais, problemas intestinais ou urinários e dificuldades para engravidar. Em casos mais graves, a condição pode comprometer a reserva ovariana, dificultando ainda mais a possibilidade de concepção.
O diagnóstico tardio é um dos principais obstáculos no combate à doença. Muitas mulheres passam anos convivendo com os sintomas antes de serem diagnosticadas, muitas vezes por falta de informação ou por normalização da dor menstrual. “A endometriose é cercada de desinformação, e isso faz com que muitas pacientes só busquem ajuda quando a doença já está em estágios mais graves, o que pode agravar os danos à saúde reprodutiva”, ressalta o especialista.
Como estratégia de prevenção, o Dr. Cavalcante destaca o congelamento de óvulos como uma solução para mulheres diagnosticadas ainda em fases iniciais da doença. O procedimento é recomendado especialmente antes de cirurgias nos ovários ou em casos de queda na reserva ovariana, ampliando as chances de sucesso em tratamentos de fertilização in vitro no futuro.
A campanha Março Amarelo é vista pelos especialistas como uma oportunidade essencial para informar a população, quebrar tabus e fortalecer políticas públicas voltadas ao diagnóstico precoce e ao atendimento especializado. “Precisamos falar mais sobre a endometriose, informar as mulheres sobre seus sintomas e garantir que os profissionais de saúde estejam preparados para reconhecer os sinais da doença. Além disso, é fundamental fortalecer políticas públicas que garantam um atendimento adequado e acessível”, finaliza o Dr. Cavalcante.