Poder
Poder
O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quinta-feira (27) que não vê motivos para se declarar impedido de participar do julgamento da denúncia sobre a trama golpista promovida no governo do então presidente Jair Bolsonaro.
Zanin enviou um ofício ao presidente do STF, Luís Roberto Barroso, respondendo ao pedido da defesa de Bolsonaro para que ele fosse excluído do julgamento. No documento, o ministro destacou que não há qualquer hipótese legal de suspeição e que não possui sentimentos negativos em relação ao ex-presidente.
“Esclareço, por fim, que também não vislumbro a presença de quaisquer das hipóteses legais que configuram a suspeição. Tampouco tenho qualquer sentimento negativo que possa afetar minha atuação como magistrado no caso em questão”, afirmou Zanin.
A defesa de Bolsonaro argumentava que Zanin deveria ser retirado do caso por seu histórico como advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por ter atuado em ações contra a chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022. No entanto, o ministro reforçou que sua atuação como advogado não interfere em sua imparcialidade no STF e mencionou que teve apenas um encontro com Bolsonaro, ocorrido de maneira “republicana e civilizada” no aeroporto de Brasília em 2024.
Pedido de afastamento de Flávio Dino
A defesa de Bolsonaro também solicitou o impedimento do ministro Flávio Dino, alegando que, quando era ministro da Justiça, ele apresentou uma queixa-crime contra Bolsonaro. Dino ainda não se manifestou sobre o pedido.
Os pedidos de impedimento foram feitos porque Zanin e Dino fazem parte da Primeira Turma do STF, colegiado que analisará a denúncia contra Bolsonaro e os outros 33 acusados. A turma é composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator do caso), Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux. Se a maioria aceitar a denúncia, os investigados viram réus e passam a responder a uma ação penal no STF.