Marina Silva afirma que Brasil vive “terrorismo climático” com queimadas criminosas

Ministra destaca que ações intencionais de incêndio estão prejudicando a saúde, biodiversidade e destruindo florestas em meio à crise climática.

Da Redação
16/09/24 • 09h40

Apenas dois estados brasileiros não estão enfrentando seca, reforça Marina. (Foto: Agência Brasil)

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou, em São Carlos, no interior de São Paulo, que o Brasil enfrenta o que ela chamou de “terrorismo climático”. Segundo a ministra, pessoas estão deliberadamente usando as condições de altas temperaturas e baixa umidade para atear fogo em diversas regiões do país, causando prejuízos à saúde pública, à biodiversidade e à economia.

Marina ressaltou que, apesar da proibição do uso do fogo em todo o território nacional, há quem esteja desrespeitando as normas, agravando os impactos das mudanças climáticas. “Existem aqueles que estão fazendo um verdadeiro terrorismo climático”, afirmou, pedindo penas mais severas para os responsáveis. Atualmente, a pena para esse tipo de crime varia de um a quatro anos de prisão.

A ministra destacou que apenas dois estados brasileiros não estão enfrentando seca e que o prejuízo em estados como São Paulo já ultrapassa os R$ 2 bilhões, principalmente em áreas agrícolas. Aproximadamente 900 mil hectares de áreas de agricultura e pecuária já foram queimados, além de 1,4 milhão de hectares de pastagens e 1 milhão de hectares de áreas florestais.

Marina Silva também informou que 17 pessoas foram presas até o momento e que há 50 inquéritos em andamento. Ela acredita que investigações da Polícia Federal podem revelar uma organização por trás dos crimes. A ministra chegou a comparar os incêndios criminosos com a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, afirmando que ambos são ações deliberadas para causar caos no país.

A ministra ressaltou que as florestas úmidas normalmente não são suscetíveis ao fogo, mas que, devido às mudanças climáticas, as florestas brasileiras estão perdendo umidade, tornando-se mais vulneráveis a incêndios. “Cerca de 32% dos incêndios estão sendo feitos intencionalmente para degradar a própria floresta”, alertou.