Ceará ganha primeira escola profissionalizante para internos em unidade prisional

O projeto em Itaitinga é pioneiro no Brasil e teve um investimento R$ 2,6 milhões.

Da Redação
11/09/24 • 10h20

A escola ocupa uma área de 800 m² e conta com salas de aula, laboratórios, refeitório e centro administrativo. (Foto: Divulgação/ Governo do Ceará)

O Governo do Ceará entregou, nesta terça-feira (10), a Escola Estadual de Educação Profissional para Pessoas Privadas de Liberdade (EEEPPL) na Unidade Prisional de Estudo, Capacitação e Trabalho (UPECT), em Itaitinga. A iniciativa permitirá que 280 internos do sistema penitenciário cearense curse o Ensino Médio e, simultaneamente, conquistem um diploma de nível técnico. As aulas serão ministradas nos turnos da manhã, tarde e noite.

O projeto, o primeiro do tipo no Brasil, foi realizado por meio da Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP) e da Secretaria da Educação (Seduc), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-CE), com um investimento total de R$ 2,6 milhões.

Mauro Albuquerque, titular da SAP, destacou o envolvimento dos internos na construção da escola. “Temos aqui uma escola que foi construída ensinando, com a participação direta de internos capacitados também no sistema prisional. A chegada desse equipamento é mais um avanço para o Ceará”.

A secretária da Educação, Eliana Estrela, ressaltou o impacto da iniciativa no processo de ressocialização. “Estamos inaugurando uma escola que vai trazer mais oportunidades para os internos, sendo profissionalizante, para que ele possa ter uma ressocialização cada vez melhor”.

Com uma área de 800 m², a EEEPPL conta com três salas de aula, laboratórios de Química, Matemática e Física, Informática, além de refeitório, setor administrativo e uma sala multiuso. A construção, que começou em outubro de 2022, envolveu 2.360 internos, distribuídos em 131 turmas, totalizando 20.880 horas de formação em diversas áreas da construção civil.

Paulo André Holanda, diretor regional do Senai, destacou a importância do projeto como modelo de reintegração social: “A educação profissionalizante é uma das saídas para os diversos problemas que enfrentamos na sociedade. Tenho certeza que essa escola será exemplo para todo o Brasil”.