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Morre Papa Francisco, aos 88 anos

Pontífice enfrentava problemas respiratórios e vinha apresentando saúde debilitada nos últimos meses.
Papa Francisco teve piora em seu quadro de saúde na segunda metade de fevereiro, quando foi internado em Roma. (Foto: Getty Images)

* Matéria atualizada às 15h13 com a causa da morte.

O Papa Francisco morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, no Vaticano. O pontífice, que liderava a Igreja Católica desde 2013, havia sido internado recentemente no Hospital Gemelli, em Roma, para tratar uma infecção pulmonar, agravada por sua condição de saúde frágil nos últimos anos. O falecimento foi confirmado pelo cardeal Kevin Farell, camarlengo do Vaticano.

A certidão médica apontou que Jorge Mario Bergoglio sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), seguido de um coma e colapso cardiocirculatório irreversível às 7h35 no horário local (2h35 pelo horário de Brasília).

A morte do Papa Francisco representa o fim de um pontificado histórico, marcado por sua postura progressista, foco nos mais pobres e tentativa de reforma da Igreja. Primeiro Papa latino-americano, Jorge Mario Bergoglio se destacou por sua simplicidade, proximidade com os fiéis e esforços em temas como justiça social, meio ambiente e acolhimento de imigrantes.

Nos últimos meses, a saúde do pontífice vinha inspirando preocupações. Além das dificuldades respiratórias, agravadas por uma bronquite infecciosa diagnosticada no fim de 2023, Francisco já havia enfrentado outros problemas médicos, como cirurgias intestinais e dores no joelho, que o obrigaram a utilizar cadeira de rodas em diversas aparições públicas.

No final de fevereiro, o Vaticano confirmou que Francisco teve complicações respiratórias, o que levou sua equipe médica a recomendar internação. Nos últimos dias, boletins médicos indicavam um estado de fragilidade crescente, com dificuldades para respirar e limitações físicas, o que forçou o pontífice a cancelar diversas agendas e celebrações litúrgicas.

O legado
Francisco assumiu o comando da Igreja em março de 2013, sucedendo Bento XVI, tornando-se o primeiro Papa jesuíta e latino-americano da história. Durante seus anos à frente do Vaticano, buscou modernizar a Igreja e trazer temas sociais para o centro do debate religioso, abordando pautas como mudanças climáticas, desigualdade social e acolhimento de LGBTQIA+.

Ele também enfrentou resistência dentro da própria Igreja, especialmente entre setores mais conservadores, devido a sua tentativa de aproximar a doutrina católica das novas realidades do mundo moderno. Entre suas principais ações, estão a luta contra abusos sexuais na Igreja, a defesa dos refugiados e migrantes e sua posição firme contra a corrupção e o materialismo excessivo.

Em diversas ocasiões, Francisco expressou preocupação com o crescimento da pobreza e da desigualdade global, criticando governos e líderes políticos que negligenciam os mais vulneráveis. Em seu pontificado, o Papa também realizou visitas históricas, como sua ida à Jornada Mundial da Juventude no Brasil, em 2013, e sua aproximação com países muçulmanos e ortodoxos.

Novo Papa
Com sua morte, a Igreja Católica entra em um período de luto e transição, seguindo um protocolo estabelecido há séculos. O Vaticano deverá organizar nos próximos dias o funeral e o sepultamento do Papa, enquanto os cardeais do Colégio Cardinalício se preparam para eleger um novo pontífice no Conclave.

O corpo de Francisco será velado na Basílica de São Pedro, onde fiéis e líderes religiosos poderão prestar homenagens. A data do funeral será anunciada pelo Vaticano nas próximas horas, e a cerimônia deverá contar com a presença de chefes de Estado, líderes religiosos e milhares de peregrinos de todo o mundo.

O processo de sucessão será conduzido pelo Colégio dos Cardeais, que se reunirá na Capela Sistina para a eleição do próximo Papa. A votação ocorre em sigilo, com o novo pontífice sendo escolhido após alcançar dois terços dos votos dos cardeais eleitores.

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