O aniversário de 50 anos do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, na fazenda do deputado estadual Felipe Mota, em Capistrano, foi comemorado com a participação de parlamentares e políticos aliados que hoje fazem oposição do governador Elmano de Freitas (PT) e ao prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT). De bolsonaristas a antigos aliados do Palácio da Abolição. A direita tenta se unir em torno de uma candidatura única para disputar o governo estadual, mas ainda há muita aresta para aparar.

Um dos protagonistas do encontro, o ex-ministro Ciro Gomes, admitiu concorrer ao Governo do Ceará em 2026, mas disse ter preferência pelo nome de Roberto Cláudio. Ainda no PDT, mas em negociação com o PSDB, Ciro é um crítico da Família Bolsonaro, o que irrita o deputado federal André Fernandes (PL), que também esteve ao evento.

Numa tentativa de aproximação, Ciro classificou o deputado bolsonarista como “um jovem talento que está surgindo” e disse que a “intransigência dele é útil”. Em resposta, André deixou claro que “é bom que ele (Ciro) saia do PDT, até porque é um partido muito atrelado ao governo Lula e ao PT”. A preço de hoje, André defende que o PL tenha candidato próprio ao Governo do Estado no próximo ano.

Em entrevista coletiva, ainda deu tempo de Ciro Gomes voltar a atacar a prefeita de Crateús, Janaína Farias, que trabalhou diretamente com o então governador Camilo Santana, hoje ministro da Educação. As críticas foram apontadas como de violência política de gênero. E a reação dos governistas foi imediata pelas redes sociais. A vice-governadora Jade Romero, o presidente da Assembleia Legislativa, Romeu Aldigueri, o presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Leo Couto, o chefe da Casa Civil, Chagas Vieira, parlamentares estaduais e vereadores repudiaram as falas de Ciro Gomes, consideradas “covardes” e “misógenas”.

Em maio deste ano, Ciro Gomes foi condenado a indenizar em R$ 52 mil a prefeita de Crateús, Janaína Farias, a quem chamou de “assessora de assuntos de cama” em outras oportunidades.