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Guerra Comercial entre EUA e China se intensifica e afeta mercados globais

Nova tarifa de 104% imposta por Trump entra em vigor e amplia temores de recessão mundial.
A porta-voz de Donald Trump, Karoline Leavitt, foi quem anunciou a elevação das tarifas sobre produtos chineses. (Foto: Al Drago/UPI)

A Guerra Comercial entre Estados Unidos e China ganhou um novo e tenso capítulo nesta quarta-feira (9), com a entrada em vigor da tarifa de 104% sobre produtos chineses. A medida foi anunciada na terça-feira (8) por um representante da Casa Branca e começou a valer às 03h01 (horário de Brasília), marcando uma escalada sem precedentes no conflito econômico entre as duas maiores potências do planeta.

A decisão do presidente americano Donald Trump veio após a China se recusar a suspender suas tarifas retaliatórias contra os Estados Unidos. O prazo final para um acordo, estabelecido por Trump, encerrou-se na própria terça-feira. Sem avanço nas negociações, o governo americano optou por ampliar a carga tarifária contra o país asiático.

A tarifa de 104% é resultado da soma de uma nova cobrança de 34%, anunciada no último dia 2 — data que Trump batizou como “Dia da Libertação” — e de uma taxa de 70% já em vigor para produtos chineses, elevando a alíquota total a mais de 100%. No mesmo pacote, o presidente determinou a aplicação de tarifas mínimas de 10% para todos os países que mantêm superávit comercial com os Estados Unidos.

Em resposta, o governo chinês retaliou, adicionando novas empresas norte-americanas à sua lista de “entidades não confiáveis” e mantendo a tarifa de 34% sobre produtos dos EUA. Além disso, a China proibiu que empresas americanas importem metais de terras raras — insumos considerados estratégicos para setores como tecnologia e defesa.

Mercados reagem com pânico e dólar encosta nos R$ 6
A escalada das tensões provocou forte instabilidade nos mercados financeiros globais. As bolsas americanas apresentaram quedas comparáveis às registradas durante a crise financeira de 2008 e à pandemia de coronavírus em 2020. No Brasil, o impacto é significativo devido à forte dependência do país em relação à economia chinesa.

Nesta quarta-feira, o Ibovespa recuou com força, acompanhando o cenário externo. O dólar à vista voltou a se aproximar dos R$ 6, pressionado por uma aversão global ao risco e pela busca dos investidores por ativos considerados mais seguros, como o dólar americano.

A perspectiva de uma recessão global, impulsionada pela redução no comércio internacional, aumento nos preços dos insumos e retração no consumo interno, passa a ser uma das principais preocupações dos agentes econômicos. Além da China, outros países sinalizaram que podem adotar medidas de retaliação contra os Estados Unidos caso não consigam alcançar novos acordos comerciais.

Com o endurecimento da política tarifária dos EUA e o aparente isolamento da maior economia do mundo, analistas alertam que os próximos dias devem ser marcados por forte volatilidade nos mercados e impactos crescentes sobre cadeias produtivas e acordos multilaterais em todo o mundo.

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