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Governo se reúne com indústria e agronegócio para reagir à tarifa de Trump

Encontros marcam início das ações do comitê interministerial criado para tratar de contramedidas comerciais.
Governo brasileiro debate tarifa de Trump com indústria
Comitê coordenado por Alckmin inicia articulação com setor produtivo. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O governo federal iniciou nesta terça-feira (15) uma série de reuniões com representantes da indústria e do agronegócio para debater os impactos da taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida foi anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump e está prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto.

Comitê liderado por Alckmin busca diálogo com o setor privado

A primeira rodada de encontros ocorreu durante a manhã com empresários da indústria, seguida por nova reunião no período da tarde com representantes do agronegócio. Ambas foram conduzidas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que também ocupa o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Durante a abertura, Alckmin destacou que o governo buscará uma solução negociada, sem interferir em competências de outros poderes, em alusão à crítica feita por Trump ao Supremo Tribunal Federal (STF). O vice-presidente ainda reforçou a importância da cooperação com o setor produtivo: “O governo brasileiro está empenhado em resolver essa questão e queremos ouvir as sugestões de cada um de vocês”.

Esses encontros marcam o início das atividades do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, que será responsável por coordenar a resposta brasileira. Participam do colegiado os ministérios da Fazenda, Relações Exteriores, Casa Civil e Desenvolvimento, Indústria e Comércio, além de outras pastas convidadas.

Governo cobra resposta dos EUA e cita desequilíbrio comercial

Alckmin também revelou que, em 16 de maio, o Brasil enviou aos EUA uma proposta de negociação confidencial, que até o momento não foi respondida. Segundo ele, reuniões técnicas ainda estavam ocorrendo dias antes do anúncio oficial da tarifa adicional.

O vice-presidente criticou a medida ao afirmar que ela é “totalmente inadequada”, lembrando que o Brasil não possui superávit comercial com os EUA. “Dos dez produtos que eles mais exportam, oito têm tarifa zero”, disse.

Lei da Reciprocidade será usada como base para eventuais retaliações

Caso os Estados Unidos mantenham a nova taxação, o governo brasileiro estuda adotar medidas de retaliação baseadas na Lei da Reciprocidade Econômica, regulamentada oficialmente nesta terça-feira (15). O instrumento permite ao Brasil aplicar contramedidas proporcionais em resposta a barreiras comerciais unilaterais impostas por outros países.

Além do setor produtivo nacional, o governo também pretende abrir diálogo com empresas norte-americanas que mantêm relações comerciais com o Brasil, como parte da estratégia para reverter ou mitigar os impactos da decisão de Trump.

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