Entenda a apraxia de fala na infância: diagnóstico, características e possibilidades de tratamento

Transtorno motor da fala afeta a comunicação, mas pode ser superado com terapia intensiva e abordagem multidisciplinar.
Com um diagnóstico preciso e uma intervenção especializada, muitas crianças podem superar as barreiras impostas pela apraxia de fala. (Foto: Arquivo pessoal)

A Apraxia de Fala na Infância (AFI), muitas vezes, vai além de um transtorno motor específico. Para muitas famílias, é um desafio diário que exige paciência, empatia e dedicação. Ela compromete a capacidade da criança de planejar e programar os movimentos necessários para a produção correta e consistente dos sons da fala. Não se trata de uma dificuldade muscular ou de uma deficiência intelectual, mas sim de uma desconexão entre o cérebro e a execução dos movimentos da fala.

Crianças com apraxia de fala apresentam características distintas. Como disse, elas costumam ter dificuldade em iniciar e realizar movimentos voluntários da fala, mesmo sem problemas musculares que impeçam o movimento. Mas, além disso, podem apresentar inconsistência nos erros de fala ao tentar repetir a mesma palavra várias vezes e ter mais dificuldade para pronunciar frases mais longas ou complexas. Outra característica comum é a melhora na fala quando o movimento é automatizado, como em respostas sociais habituais.

A fonoaudiologia desempenha um papel essencial no tratamento da apraxia de fala na infância. O fonoaudiólogo é o profissional responsável por realizar uma avaliação detalhada para identificar as necessidades específicas de cada criança e desenvolver um plano de intervenção personalizado. Este plano pode incluir exercícios para aprimorar a coordenação e a precisão dos movimentos necessários à fala, além de estratégias para facilitar a comunicação em contextos sociais e acadêmicos.

O diagnóstico da apraxia de fala é clínico e deve ser realizado por um fonoaudiólogo. Esse profissional avaliará a presença das características específicas do transtorno em diferentes situações e descartará outros possíveis problemas de fala por meio de uma análise abrangente. Em alguns casos, outros profissionais, como neurologistas e psicólogos, podem ser consultados para excluir condições relacionadas.

A intervenção na apraxia de fala geralmente exige uma abordagem intensiva e frequente. A terapia é voltada para o aprimoramento das habilidades motoras necessárias à produção da fala e para o desenvolvimento gradual da capacidade de formar palavras, frases e conversas fluidas. Os métodos utilizados incluem repetição de sons, sílabas e palavras, além de exercícios para ensinar padrões de movimento da fala.

Dependendo das necessidades individuais da criança, outras abordagens podem ser integradas ao tratamento. Terapias ocupacionais e fisioterapia podem contribuir para o desenvolvimento geral das habilidades motoras, enquanto a terapia psicológica pode ser útil para abordar questões emocionais, como autoestima e frustração decorrentes das dificuldades de comunicação.

Sobre a possibilidade de cura, a apraxia de fala apresenta uma questão complexa. Embora não exista uma “cura” no sentido convencional, muitas crianças podem melhorar significativamente suas habilidades de fala com terapia adequada e contínua. O progresso tende a ser gradual e contínuo, e o sucesso do tratamento varia de acordo com o caso. Persistência e comprometimento com a terapia são fundamentais para alcançar melhorias significativas.

Com um diagnóstico preciso e uma intervenção especializada, é possível superar muitas das barreiras impostas pelo transtorno, permitindo que a criança alcance seu pleno potencial de comunicação.

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