Economia
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Em um dia marcado por turbulências no mercado financeiro global, o dólar comercial subiu e encerrou a sexta-feira (10) cotado a R$ 6,102, com alta de 1% (+R$ 0,061). A moeda norte-americana começou o dia em baixa, mas disparou após a divulgação de dados positivos do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que superaram as expectativas.
Apesar da alta registrada no último pregão da semana, o dólar acumulou uma queda semanal de 1,29%, influenciada por expectativas de uma postura menos agressiva do governo norte-americano em relação às tarifas de importação.
A bolsa de valores brasileira também enfrentou um dia negativo. O índice Ibovespa, principal referência do mercado acionário do país, recuou 0,77%, fechando aos 118.856 pontos, menor nível desde o início do ano.
O principal motivo para a instabilidade nos mercados foi o relatório do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, que apontou a criação de 256 mil empregos fora do setor agrícola em dezembro. O resultado, acima das expectativas, reduziu as chances de que o Federal Reserve (Fed) corte os juros básicos no curto prazo.
Taxas de juros mais altas em economias avançadas como os EUA tendem a atrair capitais de países emergentes, como o Brasil, por conta da maior rentabilidade dos títulos do Tesouro norte-americano, considerados investimentos de baixo risco.
Impacto doméstico: inflação supera a meta, mas não abala negociações
No Brasil, a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, que registrou inflação de 4,83%, acima do teto da meta de 4,5%, não impactou significativamente o mercado. Investidores já esperavam o resultado e mantiveram o foco nas condições externas.
Com o cenário global ditando o ritmo das negociações, analistas apontam que o comportamento do dólar e da bolsa de valores na próxima semana dependerá de desdobramentos na política monetária dos EUA e de dados econômicos que possam afetar a percepção de risco nos mercados internacionais.