A conveniência, à primeira vista, pode parecer uma aliada, uma escolha estratégica para evitar conflitos, minimizar esforços e nos manter em uma zona de conforto. No entanto, seu preço é alto: ela nos desvia da autenticidade, enfraquece nossa dignidade e nos distancia do propósito que verdadeiramente nos engrandece.
Ser conveniente é moldar a própria existência não pelo que é justo, mas pelo que é cômodo. É escolher o caminho mais curto, ainda que ele nos afaste daquilo que realmente vale a pena. A conveniência, na maioria das vezes, nasce da falta de coragem, da ausência de determinação para reivindicar aquilo que nos pertence por mérito e essência. Ela é o refúgio dos que temem o esforço, dos que aceitam a mediocridade como destino e se conformam com menos do que poderiam ser.
O mundo está repleto de exemplos de conveniência disfarçada de prudência, quando, na realidade, trata-se apenas de medo. Medo de enfrentar desafios, de contrariar expectativas, de suportar o peso da própria verdade. Assim, muitos se tornam reféns de uma existência apagada, onde o senso de dever e autenticidade é trocado por uma aceitação passiva do que é mais fácil e socialmente aceito.
Mas a vida não deveria ser pautada pela conveniência, e sim pela grandeza de viver com integridade. Escolher o certo, ainda que custe caro, é um ato de nobreza. A verdade, quando vivida em sua plenitude, nos fortalece, ainda que exija sacrifícios.
Não nos permitamos ser hipócritas ou rasos ao reduzir nossa jornada à mera adaptação ao que é conveniente. Que sejamos corajosos o suficiente para trilhar o caminho da autenticidade, mesmo quando ele se apresentar árduo. Que nossa experiência terrena seja um testemunho de integridade, propósito e ousadia. Pois viver verdadeiramente é, acima de tudo, fazer valer a pena cada passo.