O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deve adotar uma estratégia silenciosa diante do risco de cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Para não entrar em confronto com bolsonaristas, Hugo Motta pretende deixar que o processo se desenrole conforme o regimento da Casa, sem interferir a favor de qualquer lado.
Licenciado desde março, Eduardo Bolsonaro não retornou ao Brasil mesmo após o término do recesso parlamentar. Com o fim da licença no último domingo, dia 20 de julho, suas ausências passam agora a ser contabilizadas como faltas, o que pode levar à cassação automática do mandato caso ele ultrapasse o limite de um terço das sessões ordinárias. A previsão é que isso pode acontecer no início de novembro. Eduardo está com repasses de Pix, contas e bens bloqueados por determinação do STF.
Sem apoio de Hugo Motta, bolsonaristas tentam salvar o mandato de Eduardo Bolsonaro. Buscam levar à frente duas propostas: a ampliação do tempo de licença para até 240 dias por ano e a criação da figura do “deputado remoto”, com permissão para atuar fora do país.
Num ato desesperado durante o recesso, parlamentares do PL foram impedidos de realizar reuniões de comissões para aprovar moções de apoio a Jair Bolsonaro, ameaçado de prisão pelo STF. Chegaram a levantar a bandeira em defesa de Donald Trump na Câmara dos Deputados.
O gesto causou divergência dentro da própria bancada bolsonarista e repercutiu negativamente nas redes sociais. A defesa da soberania brasileira passa bem longe da pauta dos bolsonaristas no Congresso.