Sexta-feira, 14 de março de 2025
Economia
Economia
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou durante seu discurso ao Congresso na noite de terça-feira (4) que novas tarifas sobre produtos do Brasil, Canadá, Índia, China e outros países entrarão em vigor no dia 2 de abril. Segundo Trump, essas taxas são uma resposta a tarifas consideradas injustas contra os produtos americanos.
“Outros países usaram tarifas contra nós por décadas, e agora é a nossa vez de começar a usá-las contra eles. A União Europeia, China, Brasil e Índia, México e Canadá e diversas outras nações cobram tarifas tremendamente mais altas do que cobramos deles. É injusto”, afirmou o presidente dos EUA.
Trump justificou a medida alegando que parceiros comerciais como a Índia chegam a cobrar taxas superiores a 100% sobre produtos americanos. “A tarifa média da China sobre nossos produtos é o dobro do que cobramos deles, e a tarifa média da Coreia do Sul é quatro vezes maior”, acrescentou.
O republicano também destacou que pretende aplicar tarifas de forma recíproca a qualquer país que taxe produtos americanos de maneira desproporcional.
“No que eles nos taxarem, nós os taxaremos. Se eles aplicarem medidas não tarifárias para nos manter fora do mercado deles, então nós faremos barreiras não monetárias para mantê-los fora do nosso mercado. Nós teremos trilhões de dólares e criaremos empregos como nunca vimos antes”, declarou.
A decisão faz parte de um plano mais amplo da administração Trump para revisar a política comercial americana. No mês passado, o presidente determinou que seu governo investigasse a possibilidade de aplicar tarifas recíprocas a todos os parceiros comerciais dos EUA, com conclusão prevista para o dia 1º de abril.
Durante a campanha eleitoral, Trump prometeu combater práticas comerciais que considera desleais. O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, reforçou esse posicionamento em entrevista à CNBC, afirmando que “é inacreditável a maneira como somos enganados no mundo todo”.
A nova rodada de tarifas pode impactar setores estratégicos da economia brasileira, que tem nos EUA um dos seus principais mercados de exportação. O governo brasileiro ainda não se pronunciou sobre as declarações de Trump.