9 entre 10 brasileiros consideram insuficiente a proteção de crianças e adolescentes na internet

Levantamento revela preocupação generalizada com a segurança digital e impacto das redes no desenvolvimento de jovens

Da Redação
13/09/24 • 10h20

97% dos entrevistaram defenderam maiores medidas de segurança por meio das empresas de redes sociais. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Alana e divulgada nesta quinta-feira (12) mostrou que nove em cada dez brasileiros acreditam que as redes sociais estão fazendo menos do que o suficiente para proteger crianças e adolescentes na internet. O levantamento, realizado entre os dias 12 e 18 de julho, entrevistou 2.009 pessoas com 16 anos ou mais, de todas as classes sociais, por meio do Datafolha.

Segundo a pesquisa, 97% dos entrevistados afirmaram que as empresas de redes sociais deveriam tomar uma ou mais medidas para aumentar a segurança online de jovens. Entre as ações sugeridas estão a comprovação de identidade dos usuários, melhoria no atendimento para denúncias, proibição de publicidade voltada para crianças, o fim da reprodução automática e da rolagem infinita de vídeos, e a limitação do tempo de uso das plataformas.

Maria Mello, coordenadora do programa Criança e Consumo do Instituto Alana, destacou que os resultados demonstram que há uma percepção difundida de que a falta de ação das empresas está prejudicando o desenvolvimento integral das crianças e adolescentes.

A pesquisa também revelou que oito em cada dez brasileiros acreditam que a legislação brasileira não protege os jovens de maneira suficiente, comparada a outros países. Além disso, sete em cada dez entrevistados consideram que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) não tem sido eficaz no combate à publicidade infantil.

A pesquisa apontou ainda que 93% dos entrevistados acreditam que as crianças estão ficando viciadas em redes sociais, enquanto 92% concordam que é difícil para jovens se defenderem de conteúdos inadequados ou violências online. A exibição de propagandas nas redes também é uma preocupação para 87% dos brasileiros, que veem a publicidade como um incentivo ao consumo excessivo. Por fim, 86% consideram que os conteúdos mais acessados por crianças e adolescentes nas redes não são apropriados para a idade deles.