Economia
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A Voepass Linhas Aéreas protocolou na terça-feira (22) um pedido de recuperação judicial junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo, confirmado pela Corte nesta quarta-feira (23). O objetivo da medida é reorganizar os compromissos financeiros da empresa, que enfrenta sérias dificuldades operacionais e estruturais desde o início deste ano.
Segundo o CEO José Luiz Felício Filho, o pedido é a única saída para garantir a continuidade da empresa. “Esta foi a única saída para realizar uma reestruturação completa e garantir que a Voepass volte a oferecer um serviço essencial para o desenvolvimento do Brasil”, afirmou em nota.
Este é o segundo processo de recuperação judicial da companhia, que já havia recorrido ao instrumento entre 2012 e 2017. Naquele período, a Voepass conseguiu reestruturar suas operações e transportar mais de 2,7 milhões de passageiros nos últimos três anos.
A empresa informou que, se o pedido for aceito, os passivos serão congelados e renegociados com base em um plano detalhado a ser apresentado aos credores. A solicitação faz parte de uma iniciativa de reestruturação financeira iniciada em fevereiro de 2025, que visa garantir a sustentabilidade operacional e a conexão entre cidades do interior e os grandes centros urbanos.
Atividades suspensas pela Anac
Desde março, a Voepass está com suas operações suspensas por determinação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que identificou não conformidades nos sistemas de gestão da empresa. A companhia afirma que está colaborando com o órgão regulador e fornecendo todos os documentos técnicos exigidos, com a meta de retomar os voos o quanto antes.
Acidente e exclusão de passivos
O pedido de recuperação não inclui os processos indenizatórios referentes ao acidente ocorrido em agosto de 2024, em Vinhedo (SP), que deixou 62 mortos. Segundo a empresa, essas ações estão sendo tratadas pela seguradora responsável, de forma separada.
Crítica à Latam
No documento entregue à Justiça, a Voepass atribui parte da sua crise financeira à Latam, com quem mantinha um acordo de codeshare. A empresa alega que os inadimplementos da Latam e sua ingerência nas operações da Voepass agravaram o desequilíbrio financeiro.
Segundo a aérea regional, a suspensão de voos determinada pela Anac, aliada à falta de repasses e apoio da parceira, provocou queda drástica na geração de caixa e o consequente aumento dos passivos.