Economia
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A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa abolir a escala de trabalho 6×1, estabelecendo uma jornada de até 36 horas semanais sem alteração na carga máxima diária de oito horas, ganha força na Câmara dos Deputados. A medida, que possibilitaria um modelo de quatro dias de trabalho por semana, já repercute nas redes sociais e é considerada por especialistas como um reflexo das mudanças globais no mercado de trabalho.
Atualmente, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prevê jornadas de até 44 horas semanais e 8 horas diárias, com pagamento de horas extras. A proposta visa alinhar o Brasil à tendência internacional de jornadas mais curtas, impulsionadas por avanços tecnológicos e o aumento da produtividade.
O modelo de semanas reduzidas já foi testado e implementado em diversos países com resultados positivos. Na Alemanha, 73% das empresas que participaram de um teste em 2024 declararam intenção de adotar permanentemente a semana de quatro dias. O piloto mostrou manutenção da receita, aumento da produtividade e melhora nos índices de saúde e bem-estar dos trabalhadores.
Outros países europeus, como França e Itália, também mantêm jornadas curtas, com médias semanais abaixo de 37 horas, segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Entretanto, a China e outros países apresentam uma realidade diferente. O regime 996 – trabalho das 9h às 21h, seis dias por semana – ainda prevalece em algumas empresas chinesas, embora protestos recentes e notificações judiciais estejam pressionando mudanças.
Veja a escala de trabalho das 10 maiores economias do mundo:
Estados Unidos
8 horas diárias
40 horas semanais
China
8 horas diárias
40 horas semanais
Até 36 horas extras por mês.
Alemanha
8 horas diárias
Até 48 horas semanais
Até 10 horas diárias é permitida, desde que a média em 6 meses não ultrapasse 8 horas por dia.
Japão
8 horas diárias
40 horas semanais
Índia
9 horas diárias
Até 48 horas semanais
Há uma regulamentação para horas extras que varia entre estados e setores.
Reino Unido
8 horas diárias
48 horas semanais
É possível trabalhar mais, desde que a média durante 17 semanas seja inferior a 8 horas por dia e 48 horas semanais.
França
7 horas
35 horas semanais
É possível até 10 horas diárias, desde que não ultrapasse um máximo de 48 horas em uma semana.
Brasil
8 horas diárias
44 horas semanais
Itália
8 horas diárias
40 horas semanais
Máximo de 48 horas semanais, incluindo horas extras. São exigidas 11 horas consecutivas de descanso diárias.
Canadá
8 horas diárias
40 horas semanais