Vamos começar pelo começo?

Ressignificando a dor da rejeição
Foto: reprodução

Mas onde fica mesmo o começo?

Viver é sempre o REcomeço. O dia em que decidimos recomeçar é o primeiro do resto das nossas vidas.

Para quem já viveu muitos anos e carrega no corpo e na alma o peso da “experiência de vida”, o recomeço pode ser o dia seguinte àquele em que entendemos que a vida não pode mais continuar como está. E, por incrível que pareça, isso só chega com o tempo.

“Mas por que eu não passei por essa crise antes? Por que a vida não me trouxe a esse estágio lá atrás, pra que eu pudesse descobrir que o autoconhecimento e a cura espiritual seriam os novos alicerces da minha vida?”

Já me fiz essa pergunta diversas vezes. E eu posso te responder: porque a vida da gente é a soma de todas as decisões que tomamos — e nem sempre elas são as melhores.

A decisão parte de quem somos, de como vivemos, de como enxergamos o mundo. Ela é parte de nós. É o reflexo de como encaramos a vida naquele momento. E tudo muda o tempo todo.

Esses posicionamentos podem mudar com o tempo — ou num piscar de olhos. E, quando isso acontece, passamos a ver a situação por outro ângulo, com outra cabeça, outro sentimento. É aí que começa o processo de se entender, se acolher e ir em busca da cura total.

Culpa, medo, sensação de insegurança… sentimos tudo isso. Mas calma — é só a gente reaprendendo a viver.

Lembro que, uma vez, na minha primeira separação, eu olhei pro lado e disse: “E agora? O que eu vou fazer da minha vida?”

Com a Luísa ainda pequena, desempregada naquele momento, tendo que deixar minha casa pra viver em um apartamento, obrigada a tomar várias decisões em fração de segundos e tendo que caminhar “sozinha”.

Naquele momento, eu era a junção de todas as decisões erradas que havia tomado — e esse foi o pontapé inicial de uma nova consciência: a de que, a partir dali, eu faria tudo diferente.

Com o tempo, fui me equilibrando, ganhando forças, analisando situação por situação, me reestruturando até entender onde estava e quem eu era naquele momento.
E, principalmente, quem eu queria me tornar.

Eu já havia mudado. Então entendi que, a partir dali, poderia tomar novas decisões, pensar em novas estratégias e… seguir em frente. Eu e a Luísa.

Doeu. Me triturou. Mas era o peso do processo.
E quando o processo pesa — é lento e demorado — é porque dele vai sair um resultado muito bom.

E assim, eu recomecei.
E pude, enfim, entender que recomeçar não é voltar. É evoluir.

Dar dois passos pra trás não é retrocesso. É pegar impulso.

Dá medo? Dá.
Mas recomece. Quantas vezes for necessário.

E por onde recomeçar?
Exatamente daí — de onde você está.

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