Ceará
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O Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal do Ceará (UFC) deliberou, na última segunda-feira (18), pela manutenção da homenagem ao Reitor Antônio Martins Filho para a Concha Acústica da instituição. A decisão foi aprovada por 31 votos contra seis e embasada na descoberta de um documento histórico que confirma a atribuição do nome ao equipamento em 1959.
O documento encontrado consiste na ata da 49ª Sessão Extraordinária do Consuni, realizada em 29 de agosto de 1959, que registra o pedido do Diretório Central dos Estudantes (DCE) para que o auditório da Concha Acústica recebesse o nome do então reitor Antônio Martins Filho, fundador da UFC. A solicitação foi aprovada por unanimidade na época.
O erro na pesquisa inicial de portarias e resoluções, que não identificou essa ata, levou o Conselho a aprovar em 1º de novembro de 2024 que a Concha Acústica homenageasse Bergson Gurjão Farias, ex-estudante da UFC perseguido e morto pela ditadura militar. A descoberta da ata pelo Memorial da UFC, no dia 13 de novembro, corrigiu o equívoco, culminando na convocação de uma sessão extraordinária para revisar a decisão.
Em reconhecimento à relevância histórica e simbólica de Bergson Gurjão Farias, o Consuni aprovou que o futuro espaço cultural da UFC, localizado no prédio da Reitoria e com inauguração prevista para 10 de dezembro de 2024, receba seu nome.
Bergson Gurjão Farias, aluno do curso de Química da UFC entre 1967 e 1969, foi expulso da universidade por ordem da ditadura militar devido à sua atuação no movimento estudantil. Ele seguiu na luta pela redemocratização do Brasil, ingressando na clandestinidade, onde foi morto por militares na região do Araguaia em 1972. Seus restos mortais só foram entregues à família em 2009 e velados na própria Concha Acústica.