Economia
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo (2) tarifas sobre importações do México, Canadá e China, gerando preocupações sobre os impactos no comércio global. O republicano defendeu a decisão, reconhecendo que pode causar “alguma dor” para os norte-americanos, mas prometendo que esta será a “Era de Ouro dos Estados Unidos”.
A medida, que prevê tarifas de 25% sobre importações do México e do Canadá e 10% sobre produtos chineses, entra em vigor às 3h01 (horário de Brasília) de terça-feira (4). Os três países prometeram retaliação, enquanto analistas alertam para os riscos de recessão no Canadá e no México e estagflação nos EUA.
Impactos e reações internacionais
Os mercados financeiros aguardam com expectativa o impacto das tarifas. China, Canadá e México criticaram a decisão, com Pequim planejando contestar as taxas na Organização Mundial do Comércio (OMC). A União Europeia também pode ser alvo de futuras sanções comerciais.
A embaixadora do Canadá nos EUA, Kirsten Hillman, afirmou que ainda há chances de negociação para evitar a imposição das tarifas. Já o governo chinês declarou que a crise do fentanil, citada por Trump como justificativa para as sanções, “é um problema dos Estados Unidos” e rejeitou responsabilidade pelo aumento da substância no mercado americano.
Especialistas alertam que a decisão pode prejudicar a cadeia de suprimentos regional, afetando setores estratégicos como automobilístico, aço, alumínio e semicondutores. Advogados especializados em comércio avaliam que as tarifas podem enfrentar desafios legais nos tribunais norte-americanos.
Divisão interna e cenário político
Nos Estados Unidos, a decisão divide opiniões. Pesquisa Reuters/Ipsos indica que 54% da população é contra as novas tarifas, enquanto 43% são favoráveis, com republicanos mais propensos a apoiar a medida.
Desde que assumiu seu segundo mandato, em 20 de janeiro, Trump tem implementado mudanças rápidas na política comercial do país. Ele declarou emergência nacional para justificar as tarifas, alegando necessidade de conter a imigração ilegal e o tráfico de drogas.
Os investidores monitoram os próximos passos da Casa Branca e o impacto das tarifas na economia global. Goldman Sachs avalia que as medidas podem ser temporárias, mas ressalta que o cenário ainda é incerto.