O Caminho dos Veadeiros, trilha de 483 quilômetros que atravessa sete municípios de Goiás, foi oficialmente reconhecido nesta segunda-feira (17) como integrante da Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade (RedeTrilhas). A portaria publicada no Diário Oficial da União destaca a importância do percurso como um corredor ecológico que conecta áreas de interesse natural e cultural, impulsionando o turismo sustentável e a conservação ambiental.

O projeto, iniciado em 2017, envolveu oito anos de trabalho voluntário para tornar a trilha acessível a caminhantes e ciclistas. Segundo Samuel Schwaida, analista do Ministério do Meio Ambiente e voluntário da iniciativa, a trilha ainda está em fase de implementação para caminhada, mas duas rotas de cicloturismo já foram sinalizadas e podem ser percorridas.

Percurso e pontos turísticos

A trilha passa pelas áreas de proteção ambiental (APAs) do Planalto Central e do Pouso Alto, além de diversas reservas particulares do patrimônio natural e do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. O percurso começa no município de Formosa, próximo a Brasília, e atravessa Planaltina, Água Fria de Goiás, São João d’Aliança, Alto Paraíso de Goiás, Colinas do Sul e Cavalcante, todas dentro do bioma Cerrado.

A sinalização do trajeto segue o modelo da RedeTrilhas, com pegadas amarelas, um padrão adotado pelo Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.

Histórico e desenvolvimento

O Caminho dos Veadeiros surgiu como parte do Caminho dos Goyazes, um projeto alinhado à Rede Nacional de Trilhas. Desde 2018, voluntários trabalharam no levantamento do trajeto por meio de análises de mapas, imagens de satélite e dados ambientais.

Em 2020, o projeto avançou com apoio de iniciativas como o Global Environment Facility (GEF) Áreas Privadas e GEF Pró-Espécies, voltadas para a redução de ameaças a espécies em risco. Em 2023, os responsáveis pela trilha fundaram a Associação Caminho dos Veadeiros (ACV), que passou a gerir e divulgar informações sobre o percurso.

Recomendações e sustentabilidade

A trilha está disponível para consulta nas redes sociais da ACV, que fornece detalhes sobre quilometragem diária, atrativos naturais, locais para alimentação e hospedagem. A associação também orienta os visitantes sobre práticas de baixo impacto ambiental e respeito às comunidades locais.