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Um terremoto de magnitude 7,7 abalou Mianmar na sexta-feira (28) e já provocou a morte de mais de 1.600 pessoas, no pior desastre natural no país em um século, segundo informações divulgadas no sábado (29) pela imprensa local. O tremor afetou profundamente a região central, em especial Mandalay, segunda maior cidade do país e próxima ao epicentro do abalo sísmico.
Diante da gravidade da tragédia, o governo militar de Mianmar autorizou a entrada de centenas de equipes de resgate estrangeiras. Os aeroportos internacionais de Naypyitaw e Mandalay foram fechados temporariamente, e as operações de resgate estão sendo concentradas com auxílio internacional. China, Índia, Rússia, Malásia, Cingapura e Coreia do Sul já anunciaram envio de ajuda humanitária, equipamentos e suprimentos.
O presidente chinês, Xi Jinping, prometeu US$ 13,77 milhões em ajuda, enquanto a Coreia do Sul anunciou US$ 2 milhões por meio de agências internacionais. Os Estados Unidos, apesar das sanções impostas à junta militar desde o golpe de 2021, também sinalizaram apoio.
Na Tailândia, país vizinho, o terremoto também causou estragos: pelo menos nove pessoas morreram em Bangcoc, onde um arranha-céu em construção desabou. As operações de resgate continuam no local, com 47 pessoas ainda desaparecidas.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) estima que o número de mortos pode ultrapassar 10 mil em Mianmar, e que os danos econômicos podem exceder o PIB anual do país. A Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) afirmou estar pronta para contribuir com os esforços de socorro e reconstrução.
Segundo avaliação preliminar do governo de unidade nacional de Mianmar, grupo de oposição à junta, mais de 2,9 mil edifícios, 30 estradas e sete pontes foram danificados. Relatos dramáticos vindos de Mandalay dão conta de que moradores escavam escombros com as próprias mãos, diante da falta de maquinário e socorro oficial. A torre de controle do aeroporto de Naypyitaw foi uma das estruturas atingidas, o que comprometeu sua operação.
“Acho que não há mais esperança”, lamentou Htet Min Oo, de 25 anos, que tentava resgatar familiares presos sob os escombros. Outro morador afirmou que “muitas pessoas estão presas, mas não há ajuda simplesmente porque não há mão de obra, equipamentos ou veículos”.
O general Min Aung Hlaing, líder da junta militar, visitou Mandalay no sábado (29) e prometeu acelerar as ações de busca e resgate. O cenário, no entanto, segue crítico em diversas regiões do país.