Ceará
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Um estudo da Prefeitura de Fortaleza, realizado em novembro de 2024, revelou que a tarifa de ônibus de R$ 4,50 está muito abaixo do valor considerado ideal para cobrir os custos do sistema. Sem subsídios, o preço real da passagem deveria ser de R$ 7,27, segundo a tarifa técnica calculada pela Etufor.
Esse cálculo considera despesas como combustíveis, manutenção da frota, aquisição de veículos e salários de funcionários. O modelo segue parâmetros definidos pelo Geipot e é utilizado em várias capitais brasileiras.
Desde 2008, Fortaleza adota essa metodologia para determinar o custo real do transporte público. A diferença entre a tarifa técnica e o valor cobrado ao usuário é coberta por subsídios públicos.
O tema voltou a ser discutido após a suspensão de 25 linhas de ônibus em Fortaleza nesta segunda-feira (29), medida tomada pelo Sindiônibus e comunicada à Etufor na semana anterior. O sindicato alega dificuldades financeiras e operacionais.
De acordo com Dimas Barreira, presidente do Sindiônibus, a redução de passageiros nos últimos anos, somada ao aumento dos custos, torna o modelo insustentável sem maior participação do poder público.
Usuários criticaram a falta de aviso prévio sobre a suspensão, que causou transtornos no deslocamento diário. Em nota, a Etufor afirmou que avalia os impactos e mantém diálogo com o sindicato para reduzir os prejuízos à população.
Especialistas defendem que o debate sobre o financiamento do transporte público deve ser ampliado. Entre os modelos em análise em outras capitais estão:
fundos públicos para cobrir gratuidades parciais;
taxas de congestionamento para motoristas, revertidas para o transporte coletivo.
Enquanto novas soluções não são implementadas, os passageiros seguem enfrentando um sistema pressionado por altos custos e necessidade de equilíbrio financeiro.