Economia
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A tarifa de 50% de Trump sobre produtos brasileiros entrará em vigor nesta sexta-feira (1º). A medida, confirmada pelo presidente dos Estados Unidos no último domingo (27), afeta diretamente exportações nacionais e impõe desafios ao agronegócio e à indústria. Trump afirmou que “o 1º de agosto é para todos”, reforçando que não haverá exceções.
O setor agropecuário será o mais prejudicado, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O país, líder na exportação de carne bovina, soja, milho, frango, café e suco de laranja, pode perder US$ 5,8 bilhões em vendas para o mercado americano. Nesse sentido, as exportações de suco de laranja, que têm 42% dos embarques destinados aos EUA, correm risco de serem praticamente anuladas. Além disso, produtores temem efeitos na geração de empregos e na renda de pequenos e médios negócios.
Até o momento, não houve progresso nas conversas bilaterais. O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, garantiu que não haverá prorrogação e que as alfândegas iniciarão a arrecadação já no dia 1º. Apesar disso, o governo norte-americano mantém as portas abertas para novos diálogos. O vice-presidente Geraldo Alckmin havia proposto solicitar um adiamento de até 90 dias, mas o pedido não avançou. Empresas exportadoras, por sua vez, continuam pressionando por soluções rápidas.
O Ceará, proporcionalmente um dos maiores exportadores brasileiros para os EUA, organizou uma comitiva liderada pelo governador Elmano de Freitas. A reunião com Alckmin, marcada para terça-feira (29), reunirá representantes estaduais e empresários para discutir medidas emergenciais. Entre os setores cearenses afetados estão a indústria de calçados, têxteis e o agronegócio local. Além disso, líderes da Fiec e Faec participarão das tratativas buscando alternativas viáveis.
Os Estados Unidos firmaram recentemente sete acordos comerciais, incluindo União Europeia, Japão, Vietnã e Reino Unido, priorizando negociações estratégicas. Por isso, a tarifa de 50% de Trump torna-se um desafio adicional para o Brasil, que precisa articular novas estratégias de competitividade.