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Romário pede indiciamento de empresários e tio de Lucas Paquetá na CPI das Apostas

Relatório aponta manipulação de resultados em apostas esportivas e sugere restrições a apostas individuais.
Para Romário, senador e relator da CPI, as investigações demonstram participação de diferentes atores do esporte. (Foto: Antônio Cruz)

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga a manipulação de jogos e de apostas esportivas, senador Romário (PL-RJ), solicitou o indiciamento dos empresários William Pereira Rogatto e Thiago Chambó Andrade, além de Bruno Tolentino, tio do jogador Lucas Paquetá. O relatório aponta crimes relacionados à manipulação de resultados, esquema que beneficiaria apostadores em plataformas online.

A sessão prevista para esta terça-feira (11), em que o relatório seria lido, foi cancelada e ainda não há uma nova data para a leitura. No documento, Romário afirma que as investigações demonstram a participação de diferentes atores do esporte, desde atletas até dirigentes de clubes e empresários.

De acordo com as apurações, Lucas Paquetá teria forçado faltas para receber cartões amarelos, influenciando apostas feitas em sites de apostas esportivas. O jogador, atualmente no futebol inglês, nega qualquer envolvimento. Seu tio, Bruno Tolentino, foi convocado para depor na CPI em outubro de 2024, mas permaneceu em silêncio.

Confissão e esquema de manipulação

O relatório da CPI cita o depoimento do ex-jogador e empresário Bruno Lopez de Moura, que confessou participação no esquema. Ele revelou que a maior quantia que recebeu foi de R$ 720 mil, resultado de um esquema que manipulava resultados para beneficiar apostadores. A Operação Penalidade Máxima, da Polícia Federal, também aponta que jogadores recebiam R$ 150 mil para forçar cartões amarelos, enquanto manipulações de expulsões ou pênaltis rendiam entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões.

O empresário William Pereira Rogatto, conhecido como “Rei do Rebaixamento”, admitiu em depoimento à CPI que lucrou R$ 300 milhões fraudando resultados. Ele foi preso pela Interpol em Dubai em novembro de 2024. Já Thiago Chambó Andrade, outro empresário citado, faltou às duas convocações da CPI e teve pedido de prisão preventiva solicitado pela comissão.

Proposta de restrições para apostas esportivas

O relatório de Romário recomenda a proibição de apostas individuais, como apostas em cartões e pênaltis, que facilitam a manipulação. Além disso, sugere maior regulação do setor de apostas esportivas para evitar fraudes.

Se aprovado pela CPI, o documento será enviado ao Ministério Público Federal, ao Judiciário, à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a órgãos do governo, como os ministérios da Fazenda e do Esporte, para que medidas sejam adotadas contra a prática de manipulação de resultados.

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