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Queridinha dos brasileiros, Argentina deixa de ser destino barato em 2025

Valorização do peso argentino e dólar em alta no Brasil tornam viagens mais caras.
O impacto do dólar forte no Brasil, combinado com a economia dolarizada da Argentina, restringe o acesso dos brasileiros a produtos e serviços no país vizinho. (Foto: Prefeitura de Buenos Aires))

A Argentina, que nos últimos anos atraiu turistas brasileiros com preços vantajosos, deixou de ser um destino econômico para quem viaja com reais. Com um peso argentino mais forte em termos reais e o dólar alcançando a casa dos R$ 6 no Brasil, a atratividade do país vizinho diminuiu, enquanto o turismo inverso – de argentinos no Brasil – ganhou força.

Entre 2022 e 2023, a desvalorização do peso em relação ao real favoreceu os brasileiros, com relatos frequentes de viagens acessíveis. No entanto, mudanças na economia argentina e brasileira reverteram o cenário. A inflação acumulada na Argentina desacelerou, mas ainda se mantém alta, alcançando 112% no ano até novembro de 2024, conforme o instituto de estatísticas argentino Indec.

Para conter a flutuação do câmbio, o presidente argentino Javier Milei desvalorizou o peso em 54% em dezembro de 2023, estabilizando a moeda apesar da inflação elevada. Como resultado, o peso se fortaleceu em termos reais, com valorização de 44,2% em 2024, segundo levantamento da consultoria GMA Capital, enquanto o real foi a moeda com o pior desempenho, registrando desvalorização superior a 10%.

No Brasil, o dólar acumulou alta de 27% em 2024, tornando as viagens para a Argentina mais caras, uma vez que o país vizinho está com diversos setores econômicos, principalmente no trade do turismo, muito dolarizados. O custo de vida elevado também reflete na experiência dos turistas, que precisam gastar mais em serviços e produtos locais.

Dados recentes mostram que o número de turistas brasileiros na Argentina caiu 19,2% em novembro de 2024 comparado ao mesmo período de 2023. Em contraste, as viagens de argentinos para o Brasil aumentaram 19,4% no mesmo período, impulsionadas pelo maior poder de compra dos argentinos com dólares em um Brasil onde a moeda americana vale mais.

Esse movimento reforça a tendência de um mercado turístico influenciado pelas oscilações cambiais e pelas condições econômicas dos países envolvidos, com a Argentina oferecendo custos elevados tanto para seus cidadãos quanto para visitantes estrangeiros.

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