Projeto Forrageiras do Ceará impulsiona pecuária sustentável no Sertão Central

Iniciativa já beneficia produtores em Quixeramobim e prevê investimento de R$ 23 milhões até 2026.
O Programa Forrageiras do Ceará é destaque na Band Ceará neste sábado. (Foto: Ravi Porto)

O Sertão Central do Ceará está colhendo os primeiros frutos de uma importante iniciativa voltada ao fortalecimento da pecuária no semiárido: o Programa Forrageiras do Ceará. Idealizado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC), em parceria com o Sebrae, o Senar e o Governo do Estado, o programa visa garantir segurança alimentar para os rebanhos e promover o desenvolvimento sustentável de pequenos produtores rurais.

Com investimento previsto de R$ 23 milhões até 2026, a principal meta do programa é implantar 2 mil Unidades Disseminadoras de Tecnologia (UDTs), que funcionarão como áreas modelo para o cultivo de forrageiras adaptadas ao clima do semiárido, como capim, milho e a palma forrageira. Cada UDT ocupa um hectare, e a primeira fase do projeto já contempla 103 propriedades em diferentes municípios.

Entre os produtores beneficiados está Paulo Henrique, de Quixeramobim, que há gerações atua na pecuária leiteira. Com o suporte técnico do programa, ele passou a cultivar a palma orelha de elefante mexicana, planta resistente à seca e ideal para complementar a alimentação do gado. “A gente agora tem uma alternativa segura para alimentar os animais mesmo em períodos mais secos”, destacou Paulo.

Além do suporte no plantio, que inclui análise de solo, adubação e sementes, o programa oferece capacitação e acompanhamento técnico. Após a implantação inicial, o produtor pode seguir com a manutenção da área e escolher outras variedades de forrageiras de acordo com sua realidade.

O projeto também aposta na difusão de conhecimento. Através de eventos como o Dia de Campo, produtores, técnicos e estudantes trocam experiências e aprendem boas práticas de manejo e conservação de forrageiras. “Queremos criar uma cadeia produtiva forte, integrada e com base técnica”, afirma Cleverson Carlos, articulador regional do Sebrae no Sertão Central.

Outro aliado importante do Forrageiras é o programa ATeG (Assistência Técnica e Gerencial), promovido pelo Senar em todo o país, que também tem papel fundamental no desenvolvimento da pecuária leiteira no Ceará.

A lista de forrageiras cultivadas no projeto é variada e inclui mandioca pretinha, sorgo BRS 658, capim-massai, BRS capiaçu, gliricídia, milho BRS 2022 e a já mencionada palma orelha de elefante mexicana, predominante nas unidades instaladas em Quixeramobim.

No campo, a mudança já é sentida. “Essa palma tem sido fundamental. Mesmo em épocas de seca, conseguimos manter a alimentação do rebanho sem depender tanto de ração externa”, explica o técnico agrônomo Rafael Franco, responsável pelo acompanhamento técnico de várias propriedades.

Com uma abordagem integrada e foco na realidade local, o Programa Forrageiras do Ceará se consolida como um exemplo de política pública eficaz para o semiárido, promovendo dignidade, autonomia e desenvolvimento sustentável para milhares de famílias no campo.

E neste sábado, às 8h30, na tela da TV Band Ceará, canal 20.1, o Agro na Band vai apresentar uma edição especial sobre o Programa Forrageiras do Ceará. Fique ligado!

Mais notícias

plugins premium WordPress