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Produção agrícola brasileira recuou 7,2% em 2024, aponta IBGE

Levantamento final revela impacto das condições climáticas, com queda na produtividade e estimativa de recuperação em 2025.
O milho foi a segunda principal cultura agrícola do país, com 114,7 milhões de toneladas produzidas. (Foto: Wanderson Araújo)

A safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas encerrou 2024 com produção de 292,7 milhões de toneladas, marcando uma retração de 7,2% em comparação com 2023, quando o país atingiu 315,4 milhões de toneladas. A estimativa foi divulgada na última terça-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último levantamento sistemático do ano.

Esse resultado representa uma redução de 22,7 milhões de toneladas em relação ao ano anterior, sendo o primeiro recuo desde 2021, quando a safra registrou uma queda de 0,4%. Apesar da diminuição na produção, a área colhida alcançou 79 milhões de hectares, um aumento de 1,6% (1,2 milhão de hectares adicionais), indicando que o principal fator foi a queda na produtividade das culturas.

Impacto das condições climáticas

Segundo Carlos Guedes, gerente de agricultura do IBGE, o desempenho da safra foi prejudicado por condições climáticas adversas, principalmente no Sul e Centro-Oeste.

“Houve atraso no plantio da soja devido a problemas climáticos, como excesso de chuvas no Sul, que causaram enchentes no Rio Grande do Sul, destruindo lavouras de arroz, soja e milho da 1ª safra. Já a 2ª safra foi afetada por altas temperaturas e poucas chuvas, prejudicando culturas como milho e trigo”, explicou o gerente.

Principais produtos e regiões produtoras

A soja, principal cultura agrícola do país, respondeu por 144,9 milhões de toneladas da produção total, seguida pelo milho, com 114,7 milhões, e pelo arroz, com 10,6 milhões. Juntas, essas culturas representam 92,3% da produção total e 87,2% da área colhida.

Entre os estados, o Mato Grosso liderou a produção, com participação de 31,4%, seguido por Paraná (12,8%), Rio Grande do Sul (11,8%) e Goiás (11,0%). No recorte regional, o Centro-Oeste concentrou 49,4% da produção nacional, totalizando 144,6 milhões de toneladas, seguido pelo Sul (26,8%) e Sudeste (8,8%).

Projeção para 2025

O IBGE também apresentou o primeiro prognóstico para a safra de 2025, estimando uma recuperação com 322,6 milhões de toneladas, um crescimento de 10,2% (29,9 milhões de toneladas a mais).

A melhora esperada reflete a recuperação da soja e condições climáticas mais favoráveis, conforme destacou Guedes:

“O atraso no plantio foi compensado por alta tecnologia e chuvas satisfatórias na maior parte das regiões produtoras. Isso beneficia culturas como a soja e o milho da 1ª safra”.

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