O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, deixou um centro de detenção no sábado (8), após uma decisão judicial anular o mandado de prisão e as acusações de insurreição contra ele. A medida ocorreu um dia depois de a Corte Distrital Central de Seul considerar irregular o processo de investigação e o momento do indiciamento.

Apesar de estar livre da prisão, Yoon, de 64 anos, segue suspenso de suas funções presidenciais e aguarda os desdobramentos do julgamento de impeachment, além do processo criminal relacionado à breve imposição da lei marcial, decretada em 3 de dezembro.

Decisão judicial e reações

Ao deixar o centro de detenção, Yoon apareceu sorridente e relaxado, vestindo um terno escuro sem gravata. Ele acenou para os apoiadores, ergueu o punho e se curvou enquanto seus seguidores agitavam bandeiras da Coreia do Sul e dos Estados Unidos.

Em comunicado, Yoon agradeceu à Justiça pela decisão:

“Eu gostaria de agradecer à Corte Distrital Central pela sua coragem e determinação em corrigir essa ilegalidade”, afirmou o presidente afastado.

Seus advogados celebraram a anulação do mandado de prisão, alegando que a decisão “confirmou que a detenção do presidente foi problemática tanto em aspectos processuais quanto substantivos” e classificaram o caso como “o começo de uma jornada para restaurar o Estado de direito”.

Por outro lado, o Partido Democrático, principal legenda de oposição, criticou duramente a liberação do presidente, afirmando que a decisão “lançou o país e o povo em uma crise” e exigiu que o Tribunal Constitucional agisse rapidamente para removê-lo do cargo.

Impeachment e protestos

O julgamento de impeachment de Yoon Suk Yeol segue em andamento no Tribunal Constitucional, que deve decidir nos próximos dias se ele será reintegrado ou afastado permanentemente da presidência.

O caso tem provocado forte mobilização popular. Neste sábado, cerca de 55 mil apoiadores de Yoon se reuniram em distritos centrais de Seul, enquanto 32,5 mil manifestantes contrários ao presidente protestaram próximos ao Tribunal Constitucional, segundo estimativas extraoficiais divulgadas pela agência Yonhap.

As pesquisas apontam que a maioria dos sul-coreanos apoia a destituição do presidente. Um levantamento da Gallup Korea, divulgado na sexta-feira (7), indicou que 60% da população é favorável à remoção de Yoon do cargo, enquanto 35% são contra.