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Preço do café deve continuar subindo até a nova safra, aponta Abic

Eventos climáticos e aumento da demanda global impulsionam alta dos preços do grão.
A partir da safra de 2025 pode haver uma estabilização dos valores, mas uma queda nos preços só viria em 2026. (Foto: Marcello Casal Jr)

O preço do café deve continuar subindo nas próximas semanas, pelo menos até a chegada da nova safra, prevista para começar a ser colhida entre abril e maio, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic). A escalada dos valores é influenciada por fatores climáticos que afetaram a produção nos últimos anos e pelo aumento da demanda global, especialmente com a entrada da China no mercado consumidor.

A expectativa da Abic é que o impacto da oferta reduzida e dos custos elevados continue pressionando os preços por dois a três meses. A partir da safra de 2025, pode haver uma estabilização nos valores, mas uma queda significativa só deve ocorrer após a colheita de 2026, caso as condições climáticas favoreçam uma produção recorde semelhante à de 2020.

Safra e impacto climático

Nos últimos quatro anos, a produção de café sofreu com fenômenos climáticos. Em 2021, uma geada atingiu plantações de arábica, comprometendo cerca de 20% da produção. Nos anos seguintes, a seca provocada pelo El Niño e as chuvas prolongadas do La Niña prejudicaram o desenvolvimento da lavoura, encarecendo os custos de produção.

Com essa sequência de adversidades, os produtores tiveram um aumento de custos superior a 200%, repassando parte do impacto ao consumidor. A indústria de café, segundo a Abic, teve que reajustar os preços em 38%, refletindo o aumento da matéria-prima e a valorização da commodity nas bolsas internacionais.

Atualmente, os contratos de café arábica na Bolsa de Nova York atingiram recordes históricos, com cotações chegando a US$ 3,97 por libra-peso. A escalada de preços foi impulsionada tanto pela baixa oferta quanto pela especulação de investidores no mercado financeiro.

Consumo e expectativa de estabilização

O Brasil segue como líder mundial na produção e exportação de café, representando 40% da produção global. No consumo, o país ocupa a segunda posição, atrás apenas dos Estados Unidos. Entre novembro de 2023 e outubro de 2024, o consumo brasileiro cresceu 1,11%, totalizando 21,9 milhões de sacas, segundo a Abic.

Os dados também apontam que o brasileiro consome, em média, 1.430 xícaras de café por ano. O faturamento da indústria de café torrado no mercado interno atingiu R$ 36,82 bilhões em 2024, um aumento de 60,85% em relação ao ano anterior.

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