PF indicia o ministro das Comunicações, Juscelino Filho

Ministro é suspeito de uso indevido de recursos públicos.

Da Redação
12/06/24 • 18h20

Juscelino explicou que o caso está relacionado à indicação de emendas parlamentares. (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)

A Polícia Federal indiciou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA), suspeito de uso indevido de recursos públicos para a pavimentação de estradas que dão acesso a propriedades de sua família na cidade de Vitorino Freire (MA). Em nota, o ministro afirmou ser inocente.

Juscelino Filho explicou que o caso está relacionado à indicação de emendas parlamentares durante seu mandato como deputado federal, e não à sua atuação no Ministério das Comunicações. Ele declarou: “Trata-se de um inquérito que devassou a minha vida e dos meus familiares, sem encontrar nada. A investigação revira fatos antigos e que sequer são de minha responsabilidade enquanto parlamentar. No exercício do cargo como deputado federal, apenas indiquei emendas parlamentares para custear obras. A licitação, realização e fiscalização dessas obras são de responsabilidade do Poder Executivo e dos demais órgãos competentes.”

O caso atraiu atenção pública, levando Juscelino Filho a se reunir com o presidente Lula em março de 2023 para prestar esclarecimentos. Mais de R$ 5 milhões foram repassados à prefeitura de Vitorino Freire, onde a prefeita é sua irmã, Luanna Rezende.

Em defesa, Juscelino alegou que a investigação visou “criar uma narrativa de culpabilidade perante a opinião pública, com vazamentos seletivos, sem considerar os fatos objetivos”. Ele caracterizou o indiciamento como uma ação política previsível, resultante de uma apuração que distorceu premissas e ignorou fatos, além de não ter dado espaço adequado para a defesa.

O ministro afirmou que, durante seu depoimento, o delegado responsável não fez questionamentos relevantes sobre o objeto da investigação e encerrou a sessão abruptamente após 15 minutos, sem permitir esclarecimentos ou aprofundamento. Juscelino acrescentou: “Isso suscita dúvidas sobre sua isenção, repetindo um modus operandi que já vimos na Operação Lava Jato e que causou danos irreparáveis a pessoas inocentes.”