Moraes dá 48h para Bolsonaro explicar estadia na embaixada da Hungria
The New York Times sugere que o ex-presidente buscou refúgio para fugir da justiça
Da Redação
26/03/24 • 11h06
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceu um prazo de 48 horas para que o ex-presidente Jair Bolsonaro esclareça sua estadia na embaixada da Hungria, em Brasília, por dois dias em fevereiro. Essa medida foi tomada após a revelação dessa hospedagem pelo jornal norte-americano The New York Times, que divulgou imagens do circuito de segurança do local, mostrando a entrada e saída de Bolsonaro.
As embaixadas, sendo ambientes protegidos, ficam fora do alcance das leis e autoridades brasileiras. No entanto, a permanência de um indivíduo nesses locais, especialmente em casos como o de Bolsonaro, que teve o passaporte apreendido, pode levantar questões legais, como a possível violação das restrições impostas pelas autoridades.
As imagens da câmera de segurança mostram Bolsonaro acompanhado por seguranças, permanecendo na embaixada de 12 a 14 de fevereiro, com a presença também do embaixador Miklós Halmai. Durante esse período, a embaixada estava praticamente vazia, com apenas alguns diplomatas húngaros presentes devido ao feriado de carnaval.
O passaporte de Bolsonaro foi apreendido por ordem de Moraes no contexto da operação Tempus Veritatis, que investiga uma suposta trama golpista no governo anterior. A estadia na embaixada ocorreu dias após a defesa de Bolsonaro entregar seu passaporte à Polícia Federal, e sua permanência lá despertou preocupações legais e questionamentos sobre sua motivação e conformidade com as medidas cautelares impostas. A defesa do ex-presidente justificou a hospedagem como uma oportunidade de manter contato com autoridades da Hungria.