Lula condena conflito entre Israel e Hezbollah em discurso na ONU

Presidente critica o governo de Israel e defende renovação da ONU em seu último compromisso na Assembleia Geral.

Da Redação
25/09/24 • 18h35

O presidente se manifestou na 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas. (Foto: Ricardo Stuckert)

Nesta quarta-feira (25), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva finalizou sua participação na 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em Nova York, com um pronunciamento firme contra o conflito entre Israel e o Hezbollah no Líbano. Em coletiva de imprensa, Lula lamentou o elevado número de vítimas do conflito e enfatizou a gravidade da situação.

Segundo o presidente, mais de 620 pessoas morreram no Líbano, o maior número de vítimas desde a guerra civil no país, que se estendeu de 1975 a 1990. Entre as vítimas, estão 94 mulheres e 50 crianças, além de 2.058 pessoas feridas e 10 mil forçadas a deixar suas casas. Lula também destacou o crescente número de mortos e feridos na Cisjordânia e o que descreveu como “genocídio” na Faixa de Gaza.

Lula foi enfático ao criticar o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que, segundo ele, foi condenado pelo Tribunal Internacional, assim como o presidente russo Vladimir Putin. “Várias tentativas de paz e cessar-fogo foram aprovadas, mas ele [Netanyahu] não cumpre”, disse Lula, pedindo uma maior mobilização dos países que apoiam Israel para interromper o que classificou como genocídio.

O presidente brasileiro também ressaltou a necessidade de renovação da ONU, defendendo a inclusão de mais países e continentes no Conselho de Segurança. Segundo ele, o contexto geopolítico atual é muito diferente daquele de 1945, quando a ONU foi criada, e a organização precisa se adaptar para enfrentar os conflitos globais de hoje.

Ao final, Lula reforçou o compromisso do Brasil com a paz e o respeito aos direitos humanos, insistindo na necessidade de uma reforma na governança global para garantir a representatividade e a eficácia da ONU no enfrentamento de crises internacionais.