CNJ determina afastamento de juíza que atuou na Lava-Jato

Gabriela Hardt era juíza-substituta do ex-juiz Sérgio Moro na 14ª Vara Federal de Curitiba.

Da Redação
15/04/24 • 17h00

Atualmente, ela trabalha em uma vara recursal da Justiça Federal no Paraná. (Foto: Gil Ferreira/Agência CNJ)

O corregedor nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, ordenou o afastamento da juíza federal Gabriela Hardt, ex-magistrada da Operação Lava Jato, juntamente com dois desembargadores do TRF4 e um juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba. Essa medida ocorreu nesta segunda-feira (15) e será examinada na sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nesta terça-feira (16).

Salomão baseou sua decisão em supostas irregularidades cometidas pelos magistrados durante os trabalhos de investigação da Lava Jato. Entre elas, cita-se o direcionamento de cerca de R$ 2 bilhões oriundos de acordos com investigados para um fundo gerido pela força-tarefa da Lava Jato, ato suspenso pelo STF em 2019.

Além disso, o corregedor levantou a possibilidade de “recirculação de valores” por parte de Gabriela Hardt, direcionando recursos de acordos com investigados na operação. Ele também mencionou que a juíza pode ter discutido os termos do acordo fora dos autos e por meio de aplicativo de mensagens WhatsApp.

Segundo Salomão, os desembargadores do TRF4 são acusados de descumprir uma decisão do Supremo que suspendeu os processos contra o ex-juiz da Lava Jato Eduardo Appio, fazendo parte da turma do TRF que deliberou sobre o caso e afastou Appio do cargo.

A assessoria de imprensa da Justiça Federal em Curitiba informou que a juíza Gabriela Hardt não se manifestará sobre o afastamento.

“O comportamento deliberado de descumprimento de ordem emanada da Suprema Corte contribui para um estado de coisas que atua contra a institucionalidade do país, tornando, por isso, gravíssimas as condutas em análise, frontalmente incompatíveis com a dignidade das funções de magistrado”, afirmou o corregedor.