Economia
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O Banco Central (BC) divulgou nesta quinta-feira (25) o Relatório de Política Monetária do terceiro trimestre, projetando crescimento de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026. Para 2025, a expectativa foi revista de 2,1% para 2%.
Segundo a instituição, o desempenho reflete a combinação de fatores externos e internos, como os impactos do tarifaço dos Estados Unidos, a desaceleração da economia global e a ausência do impulso agropecuário que favoreceu os resultados de 2025.
De acordo com o BC, a inflação continuará pressionada nos próximos dois anos. A pesquisa Focus prevê índices de 4,8% em 2025 e 4,3% em 2026, ambos acima da meta de 3% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A estimativa é que apenas em 2027 a inflação se aproxime do centro da meta, em 3,4%.
O relatório também apontou aumento na projeção para o crédito em 2025, passando de 8,5% para 8,8%, impulsionado pelas operações direcionadas às empresas. Para 2026, a estimativa é de 8% de crescimento, com desaceleração nos financiamentos a pessoas físicas e jurídicas.
No mercado de trabalho, o BC destacou o desemprego em 4,3% em agosto, patamar historicamente baixo. Apesar da desaceleração, a geração líquida de empregos segue elevada: foram criados 1,34 milhão de postos formais até julho, apenas 148 mil a menos do que no mesmo período de 2024.
O rendimento médio do trabalho também subiu, com avanço real de 1% no trimestre encerrado em julho, impulsionado pelos trabalhadores informais.
O presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou que a manutenção da política monetária restritiva é essencial para preservar o poder de compra dos trabalhadores.
“Para a gente, o pior cenário que existe para o trabalhador, aquele com a maior queda de renda do trabalho, é quando a gente tem uma inflação elevada”, disse Galípolo.
Ele defendeu a decisão do Copom de manter a taxa básica de juros (Selic) em 15%, mesmo diante das críticas do governo. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a expectativa é de que em 2026 haja espaço para redução da taxa.