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A Polícia Federal (PF) concluiu, nesta quinta-feira (21), o inquérito que investigava a atuação de uma organização criminosa coordenada para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e de seu vice, Geraldo Alckmin, em 2022. O relatório foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), apontando a participação de ex-autoridades do governo Jair Bolsonaro.
Entre os indiciados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, os ex-ministros Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Walter Braga Netto (Casa Civil e Defesa), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Ao total, 37 pessoas foram indiciadas.
A PF identificou uma estrutura organizada, dividida em seis núcleos operacionais:
•Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral
•Incitação Militar ao Golpe de Estado
•Apoio Jurídico
•Apoio Operacional às Ações Golpistas
•Inteligência Paralela
As provas foram obtidas por meio de quebras de sigilos telemático, telefônico, bancário e fiscal, colaborações premiadas, buscas e apreensões, entre outras ações autorizadas pelo Judiciário. A apuração detalhou a individualização das condutas dos acusados, evidenciando como as funções foram distribuídas dentro da organização.
O relatório marca o encerramento das investigações que duraram quase dois anos e tiveram como foco as tentativas de golpe de Estado e ações que ameaçaram o Estado Democrático de Direito. A PF afirmou, em nota, que as conclusões evidenciam “esforços coordenados para violar a ordem democrática no país”.
Agora, o processo segue para o STF, que decide sobre as próximas etapas do processo, incluindo a análise das acusações formais contra os indiciados.