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Pedido de vista adia votação sobre cassação de Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética

Relator votou pelo arquivamento do processo, mas análise foi adiada após pedido coletivo de vista.
cassação de Eduardo Bolsonaro
O filho de Jair Bolsonaro é acusado de quebra de decoro por ataques a instituições brasileiras. (Foto: Lula Marques)

Um pedido de vista coletivo adiou, nesta quarta-feira (8), a votação do parecer preliminar sobre o pedido de cassação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. O relator do caso, Delegado Marcelo Freitas (União-MG), apresentou voto pelo arquivamento do processo, que acusa o parlamentar de quebra de decoro.

O adiamento ocorreu após solicitação de parlamentares que pediram mais tempo para analisar o parecer. A votação deverá ocorrer na próxima reunião do colegiado. Caso o relatório seja aprovado, o processo disciplinar seguirá para novas etapas no Conselho de Ética.

Defesa e alegações do processo

O pedido de cassação foi apresentado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que acusa Eduardo Bolsonaro de atentar contra instituições brasileiras e de difundir ataques a órgãos do Estado a partir dos Estados Unidos, onde vive desde fevereiro.

O parlamentar não apresentou defesa nem designou advogado. Por isso, o presidente do Conselho de Ética, Fabio Schiochet (União-SC), solicitou que a Defensoria Pública da União atuasse em sua representação. A defesa argumentou pela inépcia formal da denúncia, tese acolhida pelo relator, que recomendou o arquivamento.

Antes da leitura do parecer, Schiochet rejeitou um pedido de suspeição contra o relator, feito pelo líder do PT, Lindbergh Farias (PT-RJ), sob alegação de ligação política entre Freitas e Eduardo Bolsonaro. O presidente do colegiado, porém, afirmou não haver impedimento formal para afastamento do relator.

Acusações de ataques a instituições brasileiras

A representação do PT afirma que Eduardo Bolsonaro fez ataques reiterados a instituições brasileiras, especialmente ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a seus ministros, a quem teria se referido como “milicianos togados” e “ditadores”.

O documento também menciona uma declaração em que o deputado afirmou:

“Sem anistia para Jair Bolsonaro, não haverá eleições em 2026.”

O partido sustenta que essas falas configuram ameaça à ordem constitucional e à soberania popular, além de citar uma movimentação internacional do parlamentar para pressionar autoridades norte-americanas a impor sanções contra integrantes do STF, da PGR e da Polícia Federal.

Outros processos em andamento

Eduardo Bolsonaro ainda é alvo de outras três representações no Conselho de Ética, que aguardam decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre a possibilidade de apensamento para tramitação conjunta.

A nova sessão que discutirá o parecer deve ser marcada para os próximos dias, quando o colegiado retomará a análise do caso.

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