Poder
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A bancada do PDT na Câmara dos Deputados, composta por 17 parlamentares, anunciou na última terça-feira (6) que deixará a base do governo Lula e adotará posição de independência na Casa. A decisão ocorre quatro dias após a demissão de Carlos Lupi do Ministério da Previdência, em meio à crise envolvendo fraudes nos descontos de aposentados do INSS.
Segundo o líder do partido na Câmara, deputado Mário Heringer (MG), a decisão não representa um rompimento definitivo com o governo, nem a ida para a oposição. “Não é retaliação. Foi o pingo d’água. Esse problema de relacionamento com o governo já vem de muito tempo”, disse. O parlamentar reforçou que a saída da base aliada se deve, principalmente, à falta de reciprocidade e respeito político com a legenda.
Apesar da saída de Lupi, o PDT permanece à frente do Ministério da Previdência, agora sob comando de Wolney Queiroz, ex-deputado e ex-secretário executivo da pasta. A nomeação dele ocorreu após o pedido de exoneração de Lupi, que também participou da reunião da bancada nesta terça-feira, em Brasília.
A troca no ministério se deu após uma operação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), que investiga um esquema de descontos indevidos de mensalidades associativas em benefícios pagos pelo INSS. As suspeitas recaem sobre fraudes que teriam começado em 2019, durante o governo Bolsonaro, mas que teriam se mantido nos anos seguintes.
A operação já resultou na exoneração do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e no afastamento de quatro dirigentes do órgão, além de um policial federal lotado em São Paulo. Segundo a PF, as fraudes podem ter envolvido R$ 6,3 bilhões em valores descontados entre 2019 e 2024.