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Nesta quarta-feira (4), parlamentares sul-coreanos apresentaram um projeto de impeachment contra o presidente Yoon Suk Yeol, após a controversa declaração de lei marcial feita na noite anterior e revertida horas depois. A medida provocou uma crise política na quarta maior economia da Ásia, com o principal partido de oposição, o Partido Democrático (PD), pedindo a renúncia de Yoon ou sua destituição por meio do Parlamento. A votação do projeto está prevista para sexta-feira (6) ou sábado.
A lei marcial, anunciada pelo presidente sob a justificativa de proteger o país de forças antiestatais pró-Coreia do Norte, gerou cenas de confronto entre tropas e parlamentares no prédio da Assembleia Nacional, em Seul. Tropas armadas tentaram forçar a entrada no Parlamento, enquanto parlamentares e manifestantes resistiram. Horas depois, a Assembleia aprovou por unanimidade uma moção para suspender a medida, levando Yoon a revogá-la.
O episódio expôs divisões profundas dentro do Partido do Poder Popular, ao qual Yoon pertence. O líder do partido pediu a demissão do ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, que já apresentou sua renúncia, e sugeriu uma ampla reestruturação do gabinete presidencial. O parlamentar do PD Kim Yong-min, em entrevista, acusou Yoon de minar a democracia e justificou o pedido de impeachment como uma resposta à “lei marcial ilegal”.
A declaração de lei marcial incluía a proibição de atividades parlamentares e políticas, além do controle sobre a mídia e editoras. O clima tenso gerou protestos fora do Parlamento, onde manifestantes celebraram a revogação da medida. “Nós vencemos!”, gritavam, enquanto um manifestante tocava tambor em comemoração.
Yoon defendeu sua ação em discurso televisionado, afirmando que a declaração foi “estritamente dentro da estrutura constitucional”. No entanto, a ausência de uma ameaça específica levantou críticas de opositores e analistas políticos. A Coreia do Norte, frequentemente citada por Yoon como uma ameaça, ainda não se pronunciou sobre os eventos no vizinho do Sul.