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Internado há 33 dias, o papa Francisco continua acompanhando os acontecimentos mundiais e mantém suas atividades dentro das limitações impostas pelo tratamento. De acordo com informações médicas, ele apresenta pequenas melhoras com o auxílio de fisioterapia respiratória e motora, permanecendo em estado estável no Hospital Gemelli, em Roma, onde está desde o dia 14 de fevereiro, devido a uma pneumonia bilateral.
Apesar do período prolongado de internação, o pontífice segue se manifestando sobre temas globais. Em carta enviada ao jornal italiano Corriere della Sera, Francisco destacou a urgência do fim dos conflitos e fez um apelo por um mundo menos violento, reforçando a importância do diálogo e da cooperação internacional.
“Desarmamento das palavras e das mentes”
Na mensagem, o papa enfatizou a necessidade de reflexão sobre os efeitos da guerra e a forma como as palavras podem impactar as sociedades. “A fragilidade humana tem o poder de nos tornar mais lúcidos sobre o que dura e o que passa, o que nos mantém vivos e o que nos mata”, escreveu Francisco.
Ele também criticou a negação da vulnerabilidade e a falta de empatia com os mais fragilizados: “Tantas vezes tendemos a evitar pessoas frágeis e feridas porque elas nos fazem questionar a direção que escolhemos, como indivíduos e como comunidades”.
Francisco destacou o papel da comunicação na construção de um mundo mais unido, pedindo aos profissionais de imprensa que se comprometam com a verdade. “Nunca são apenas palavras: são ações que constroem ambientes humanos. Elas podem conectar ou dividir, servir à verdade ou fazer uso dela. Devemos desmantelar palavras, desmantelar mentes e desmantelar a Terra”, afirmou o pontífice.
Crítica à guerra e ao papel das instituições internacionais
O papa lamentou os impactos devastadores dos conflitos armados, afirmando que “a guerra só devasta comunidades e o meio ambiente, sem oferecer soluções reais”. Para ele, a diplomacia e as organizações internacionais precisam de “nova vida e credibilidade”, reforçando a necessidade de maior efetividade nos esforços de paz.
Francisco também destacou o papel das religiões na construção da harmonia global: “As religiões podem aproveitar a espiritualidade dos povos para reacender o desejo de fraternidade e de justiça, a esperança de paz”. Segundo ele, alcançar esse objetivo exige “compromisso, trabalho, silêncio e palavras”.