Ceará
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As obras do trecho cearense da Transnordestina, uma das ferrovias mais estratégicas do país, alcançaram 100% de autorização após a assinatura da ordem de serviço dos lotes 9 e 10. A etapa final, com 97 quilômetros de extensão, atravessa os municípios de Baturité, Aracoiaba, Redenção, Acarape, Guaiúba, Palmácia, Maranguape e Caucaia, representando a mobilização total das obras no estado.
Com a autorização, a previsão é de gerar até 2 mil empregos diretos. Para o governador Elmano de Freitas, a iniciativa vai transformar a economia do Ceará. “Estamos falando de uma obra que, quando concluída, passa de R$ 15 bilhões, algo que vai transformar a economia do estado, colaborar com a logística do país e pode dobrar a movimentação de carga do Porto do Pecém”, frisou.
Ele também destacou o ganho logístico para diversos setores, como a área de calçados, o agronegócio e o hidrogênio verde. “Tenho certeza de que estamos em um momento histórico e que, efetivamente, começamos a vislumbrar a conclusão da Transnordestina”, complementou.
O avanço se soma ao andamento da Fase I do projeto, que liga Paes Landim (PI) ao Porto do Pecém (CE) e já atingiu 79% de execução física. Ao todo, 676 quilômetros da linha principal estão concluídos, enquanto outros 280 quilômetros seguem em obras nos lotes 4 a 8 e no lote 11, que corresponde à chegada ao terminal portuário. A previsão é que a Fase I seja entregue até 2027. A construtora Agis será a responsável pelas obras dos lotes finais.
No Ceará, estão previstos três terminais de carga ao longo da ferrovia, localizados em Missão Velha, Iguatu e Quixeramobim. Este último receberá um dos projetos mais robustos ligados à nova logística ferroviária: o Porto Seco José Dias de Macêdo, um terminal multimodal conduzido pela Value Global Group. Com um investimento total de R$ 1 bilhão, a primeira fase do empreendimento deve ser concluída até agosto de 2026, com um aporte de R$ 350 milhões e a geração de 1.300 empregos.
O superintendente da Sudene, Francisco Alexandre, reforçou o impacto da obra. “Isso tudo fará com que o Porto do Pecém tenha o que é essencial em um porto: uma linha férrea capaz de transportar a produção e a carga. E a consequência de tudo isso é desenvolvimento.”