Economia
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As tarifas sobre o aço e o alumínio impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entram em vigor nesta quarta-feira (12) e devem afetar quase US$ 150 bilhões em produtos, desde parafusos e ferraduras até peças de automóveis e tratores. As tarifas, fixadas em 25%, serão aplicadas com a expiração das isenções e cotas anteriores, ampliando a lista de produtos atingidos.
Impacto na indústria e no comércio
A medida de Trump faz parte de uma estratégia para fortalecer a produção interna de metais e ampliar os empregos no setor, mas pode provocar um aumento generalizado de preços. Segundo especialistas, os principais setores afetados serão a construção civil e a indústria automotiva, que utilizam peças importadas.
A decisão amplia o alcance das tarifas aplicadas em 2018, durante o primeiro mandato de Trump, incluindo agora pias de aço inoxidável, fogões, ferraduras, dobradiças de portas e frigideiras de alumínio.
Principais países afetados
Os maiores parceiros comerciais dos EUA, Canadá e México, estão entre os mais impactados, pois fornecem grande parte do aço e do alumínio importado pelo país. Trump ameaçou elevar para 50% as tarifas sobre os metais canadenses, mas recuou após o governador de Ontário suspender uma sobretaxa sobre exportações de eletricidade para os EUA.
Alta nos preços e incerteza econômica
O aumento nas tarifas já gerou efeitos no mercado. O preço do aço laminado a quente no meio-oeste dos EUA subiu 21% nas últimas semanas, alcançando US$ 925 por tonelada. Empresas como a Husco, fabricante de componentes hidráulicos, e montadoras do setor agrícola já sinalizam possíveis aumentos de preços, repassando os custos aos consumidores.
“O impacto mais dominante será o custo mais alto de nossos insumos”, afirmou Austin Ramirez, CEO da Husco. Já Kip Eideberg, representante da Associação de Fabricantes de Equipamentos, prevê que empresas de tratores e colheitadeiras devem anunciar reajustes de preços nas próximas semanas.
Política tarifária e cenário eleitoral
A Casa Branca defende que as tarifas fazem parte da agenda econômica “America First”, promovida por Trump desde seu primeiro mandato. Segundo o governo, a medida visa fortalecer a indústria americana e garantir competitividade para os trabalhadores do país.
“As tarifas serão novamente usadas para nivelar o campo de atuação dos trabalhadores norte-americanos e reacender o poder industrial dos Estados Unidos”, afirmou Kush Desai, porta-voz da Casa Branca.