Certa vez eu comentei com uma amiga o quanto eu precisava de respostas sobre situações da minha vida e que enquanto elas não chegavam eu continuava sem direção e me faltava foco pra seguir em frente. E ela disse: por que você não segue sem essas respostas?
Confesso que passei dias com essa pergunta ecoando dentro de mim. Sabendo que ela fazia muito sentido e tendo que admitir que, mesmo com todo o sentido, eu ainda era dependente do controle que queria exercer ao ter as tais respostas. Mas por que respostas são tão importantes?
O desejo de ter a resposta é o vício pelo controle. Saber o “porquê” é estar no comando com a certeza de que podemos entender, prever e evitar a dor. Mas a vida nem sempre nos dá esse privilégio. Às vezes, ela silencia. E o silêncio de Deus, o silêncio das pessoas e o silêncio das circunstâncias parecem injustos. Mas é nesse vazio que a fé é provada e o coração amadurece.
Com o tempo, percebi que muitas respostas que eu tanto busquei não fariam diferença alguma no meu destino. Algumas até me feririam mais. Outras simplesmente perderam o sentido quando a dor passou. E algumas, as mais importantes, eu só entendi depois que aprendi a caminhar mesmo sem entender.
Seguir sem respostas é um ato de coragem. É confiar que o que eu não sei, Deus sabe. Que o que eu não controlo, Ele governa. Que o que hoje me parece confuso, amanhã fará sentido.
A paz não vem quando encontramos todas as respostas. Ela vem quando aceitamos que talvez nunca as tenhamos e ainda assim escolhemos seguir. Porque a resposta que não chega pode ser o silêncio que cura, o tempo que prepara e o amor de Deus que nos protege.
SARADAS