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Motta rebate tese de perseguição política em sessão solene na Câmara

Sessão solene destacou avanços democráticos enquanto investigações sobre tentativa de golpe seguem em curso.
Motta rebateu tese do bolsonarismo de perseguição política e censura. (Foto: Lula Marques)

Durante a sessão solene desta quarta-feira (19) em homenagem aos 40 anos da redemocratização do Brasil, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) afirmou que o país vive um regime democrático, rebatendo declarações de Jair Bolsonaro e aliados, que alegam perseguição política e censura nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

“Não vivemos mais as mazelas do período em que o Brasil não era democrático. Não tivemos jornais censurados, nem vozes caladas à força. Não tivemos perseguições políticas, nem presos ou exilados políticos. Não tivemos crimes de opinião ou usurpação de garantias constitucionais. Não mais, nunca mais”, declarou Motta.

A fala contrasta com a narrativa de Bolsonaro, que sustenta que o Brasil estaria sob um regime autoritário, fabricando “inimigos internos para justificar perseguições, censuras e prisões arbitrárias”. O ex-presidente é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de liderar a trama golpista que buscava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Eduardo Bolsonaro e a alegação de exílio

A sessão ocorreu um dia após o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmar que pretende se licenciar do cargo e se mudar para os Estados Unidos por temer uma suposta prisão. Ele sugeriu que poderia pedir asilo político.

Bolsonaro reforçou a declaração do filho, afirmando que “se Eduardo é forçado a escolher entre o exílio ou a prisão, este país já não pode mais ser chamado de democracia”. No entanto, Eduardo Bolsonaro não é acusado formalmente na denúncia da PGR nem investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nos inquéritos sobre ameaças à Corte.

Na terça-feira (18), o ministro Alexandre de Moraes negou um pedido do PT para a retenção do passaporte de Eduardo Bolsonaro e abertura de investigação. A bancada do partido na Câmara argumentou que ele poderia estar articulando, nos Estados Unidos, ações contra o STF para evitar a condenação do pai.

Sessão solene e julgamento no STF

A cerimônia na Câmara contou com a presença dos ministros do STF Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso e Dias Toffoli, além da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que representou o Executivo. O evento também prestou homenagem ao ex-presidente José Sarney (MDB), o primeiro chefe de Estado após a ditadura militar.

A sessão ocorreu em um momento no qual o Congresso debate a aprovação de um projeto de lei que anistia condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Paralelamente, o STF marcou para os dias 25 de março e 4 de abril as primeiras sessões de julgamento do caso, em que Bolsonaro e ex-ministros militares são acusados de arquitetar uma tentativa de golpe de Estado. A PGR sustenta que o plano incluía a possibilidade de assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.

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