Poder
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Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) evitaram, nesta quarta-feira (28), comentar a decisão do governo dos Estados Unidos de restringir a entrada no país de autoridades acusadas de promover censura contra empresas e cidadãos norte-americanos. A medida foi anunciada pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e não cita nomes diretamente, mas tem como alvo o ministro Alexandre de Moraes, segundo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Logo após o anúncio, Jason Miller, assessor de Donald Trump, marcou o perfil de Alexandre de Moraes nas redes sociais e escreveu: “Compartilhe isso com alguém que vem imediatamente à mente quando você lê isso. Oi, Alexandre”, em alusão à medida adotada pelo governo americano.
Ao chegar para a sessão de julgamentos desta tarde, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, afirmou que “não aconteceu nada que eu precise falar”. Os ministros Flávio Dino, Edson Fachin, Luiz Fux, André Mendonça e o próprio Alexandre de Moraes também não se manifestaram sobre o assunto.
Paralelamente, a Polícia Federal abriu investigação para apurar a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no incentivo a sanções estrangeiras contra autoridades brasileiras. A medida foi determinada por Alexandre de Moraes na segunda-feira (26). O ministro quer apurar os crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação.
O inquérito também prevê a realização do depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro, por ser apontado como beneficiário direto das ações de seu filho. O ex-presidente é réu no Núcleo 1 da trama golpista investigada pela PF. Diplomatas brasileiros também deverão ser ouvidos no curso das apurações.
Desde que deixou o Brasil em março de 2025, com uma licença de 122 dias do mandato parlamentar, Eduardo Bolsonaro reside nos EUA e passou a defender sanções contra ministros do STF, por meio de manifestações em redes sociais.