Poder
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O tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, prestará novo depoimento à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (19), em Brasília. Cid, que firmou acordo de colaboração premiada após sua prisão, está implicado em investigações que abrangem fraudes em certificados de vacinação contra a covid-19, venda de joias e presentes recebidos por Bolsonaro e a tentativa de golpe de Estado.
Preso inicialmente em 3 de maio de 2023 durante a Operação Venire, que apura a inserção de dados falsos de vacinação nos sistemas do Ministério da Saúde, Mauro Cid permaneceu detido até setembro, quando firmou a delação premiada e foi solto por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Além do caso das vacinas, o militar colaborou nas investigações sobre uma minuta de golpe de Estado atribuída ao alto escalão do governo Bolsonaro, que incluía medidas contra o Poder Judiciário e a prisão de ministros do STF. Mensagens encontradas em seu celular revelaram que, apesar de relatórios confirmarem a segurança das urnas eletrônicas, discussões sobre a elaboração do documento continuaram.
De acordo com o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, não há preocupação com a reavaliação do acordo de colaboração. No entanto, caso a PF conclua que ele não cumpriu as obrigações previstas, os benefícios da delação podem ser revogados, incluindo o direito de permanecer em liberdade. A anulação dos benefícios não invalidaria as provas já fornecidas.
Cid foi preso novamente em março de 2024 por descumprir medidas cautelares e obstrução de Justiça, mas recebeu liberdade provisória em maio. Moraes manteve a validade da delação após confirmação de suas informações durante audiências.