Poder
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O tenente-coronel Mauro Cid fez novas declarações nesta segunda-feira (10) durante o início dos interrogatórios do Núcleo 1 da ação penal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. O depoimento ocorreu no Supremo Tribunal Federal (STF), diante do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
Entre os principais pontos revelados, Cid afirmou ter recebido do ex-ministro Walter Braga Netto uma sacola de vinho recheada de dinheiro em espécie para ser entregue ao major Rafael de Oliveira, um dos integrantes do grupo conhecido como “kids pretos”. Segundo ele, não soube informar o valor exato do montante nem sua origem, mas apontou empresários do agronegócio como potenciais financiadores das manifestações golpistas ocorridas em frente a quartéis militares.
Cid também relatou que, no fim do mandato de Jair Bolsonaro, o então presidente determinou o monitoramento da rotina de Alexandre de Moraes, sob a suspeita de encontros com o ex-vice-presidente Hamilton Mourão. A missão teria sido designada ao coronel Marcelo Câmara, também réu na ação. De acordo com o depoente, ações semelhantes de “verificação” eram comuns, sobretudo contra alvos políticos do ex-presidente.
Ainda segundo o ex-ajudante de ordens, Bolsonaro e aliados como Braga Netto esperavam encontrar evidências de fraude nas urnas eletrônicas para convencer os comandantes das Forças Armadas a apoiar uma intervenção militar, com o objetivo de anular o resultado das eleições de 2022.
O STF deu início à fase presencial dos interrogatórios da Primeira Turma, que seguirá até a próxima sexta-feira (13). Os depoimentos incluem nomes como Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.
Após o encerramento das oitivas, acusação e defesa poderão solicitar novas diligências, antes da apresentação das alegações finais do processo.