Ceará
Ceará
Em 2024, foram retiradas mais de 320 toneladas de resíduos dos sistemas de esgotamento sanitário dos municípios atendidos pela Parceria Público-Privada (PPP) entre a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e a Ambiental Ceará. Apenas em Fortaleza, cerca de 216 toneladas de lixo foram removidas, o que equivale a 27 caminhões caçamba de resíduos descartados de forma irregular na rede de esgoto.
Impacto do descarte irregular
O problema continua em 2025: somente em janeiro, as equipes de operações retiraram 6,6 toneladas de resíduos das estações de tratamento da capital cearense. A Cagece alerta para os impactos negativos causados pelo descarte inadequado de lixo na rede de esgoto, que podem resultar em entupimentos, extravasamentos, mau cheiro e impactos ambientais.
O gerente da Unidade de Negócio de Parceria da Região Metropolitana de Fortaleza Norte da Cagece, Paulo Henrique, destaca que as redes de esgoto foram projetadas exclusivamente para receber águas residuais do esgoto doméstico. “O descarte inadequado compromete a eficiência do sistema e pode causar transtornos para a população”, afirma.
Principais resíduos encontrados
Entre os itens mais comuns retirados das estações de esgoto estão preservativos, absorventes, fraldas, sacolas plásticas, canudos, isopor, papel, tufos de cabelo, madeira e até roupas e tecidos. O gerente de Operações da Ambiental Ceará, Marco Aurélio Assoni, explica que esses materiais se acumulam nas bombas, causando entupimentos e prejudicando o funcionamento do sistema. “Além de danificar os equipamentos, o lixo pode gerar extravasamentos e sobrecarregar as estações de tratamento, reduzindo a eficiência na remoção dos poluentes”, explica.
Óleo de cozinha: outro vilão do sistema de esgoto
Outra prática prejudicial é o descarte inadequado de óleo de cozinha e gorduras na rede de esgoto, especialmente por restaurantes que não possuem caixa de gordura instalada. O excesso de óleo endurece nas tubulações, obstruindo o fluxo de esgoto e aumentando o risco de entupimentos.
Para evitar esse problema, a Cagece recomenda que todos os imóveis tenham uma caixa de gordura, que ajuda a reter os resíduos gordurosos antes que cheguem à rede pública. Além disso, o descarte correto do óleo de cozinha deve ser feito em recipientes com tampa, para posterior entrega em ecopontos de reciclagem, que recebem esse tipo de resíduo em Fortaleza.