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Lula pede diálogo com Trump, mas tarifaço avança sem negociação direta

Presidente brasileiro reforça tentativa de negociação com EUA e defende postura soberana do Brasil diante do aumento tarifário.
Lula pede diálogo com Trump
Presidente Lula pede diálogo com Trump em meio ao anúncio de tarifas dos EUA sobre o Brasil. (Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em entrevista ao jornal The New York Times, publicada nesta quarta-feira (30), que buscou diálogo com Donald Trump para tentar evitar o tarifaço dos Estados Unidos, previsto para começar em 1º de agosto. Segundo Lula, apesar dos esforços diplomáticos, não houve retorno positivo da Casa Branca.

Lula pede diálogo com Trump e cobra abertura nas conversas

Durante a entrevista, o presidente destacou que enviou sinais claros de disposição para negociar. “O que está nos impedindo é que ninguém quer conversar. Pedi para fazer contato e designei meu vice-presidente, meu ministro da Agricultura e meu ministro da Economia para abrir canais de diálogo. Até agora, não foi possível”, disse Lula.

Além disso, o líder brasileiro explicou que ocorreram dez reuniões sobre comércio entre os dois países. Ele relembrou que, em 16 de maio, o governo brasileiro enviou uma carta oficial pedindo uma resposta formal. A resposta, porém, veio apenas por meio do anúncio das tarifas publicado no site de Trump.

Brasil reafirma soberania em meio ao impasse

Lula reforçou que o Brasil não cederá diante das pressões. “Não há motivo para ter medo. Estou preocupado, obviamente, porque temos interesses econômicos, políticos e tecnológicos. Mas, em nenhum momento, o Brasil negociará como um país pequeno contra um país grande. O Brasil negociará como um país soberano”, afirmou.

Nesse sentido, o presidente ressaltou que buscará sempre soluções equilibradas nas relações internacionais. “Na política entre dois Estados, a vontade de nenhum deve prevalecer. Precisamos sempre encontrar um meio-termo”, completou.

Tarifaço pode redirecionar parcerias comerciais

Lula afirmou que, caso as tarifas sejam aplicadas, o Brasil buscará alternativas para proteger a economia. “Temos uma relação comercial extraordinária com a China. Se os Estados Unidos e a China quiserem uma Guerra Fria, não aceitaremos. Não tenho preferência. Tenho interesse em vender para quem quiser comprar de mim — para quem pagar mais”, declarou.

Por isso, o presidente reforçou sua experiência em negociação. “Nem meu pior inimigo poderia dizer que Lula não gosta de negociar. Aprendi política negociando. Não tenho nada contra a ideologia de Trump. Trump é uma questão para o povo americano lidar”, acrescentou.

Lula ainda comentou que, se houver interesse dos EUA, o Brasil está pronto para discutir comércio, separando divergências políticas.

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