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A hanseníase, uma das doenças mais antigas da humanidade, continua sendo um problema de saúde pública, principalmente em populações vulneráveis. Durante a campanha Janeiro Roxo, voltada para a conscientização sobre a hanseníase, especialistas destacam a importância do combate ao preconceito e à desinformação, que ainda perpetuam o estigma associado à condição.
De acordo com o último Boletim Epidemiológico de Hanseníase, divulgado em 2024, mais de 174 mil novos casos foram registrados mundialmente, com o Brasil ocupando o segundo lugar no ranking global de incidência. A taxa de detecção global ultrapassa 20 casos por milhão de habitantes, evidenciando que a doença ainda exige atenção contínua.
A doença e o tratamento
A hanseníase é causada pelo bacilo de Hansen, que pode acometer a pele, os nervos periféricos e, em casos mais graves, outros órgãos. Manchas na pele com perda de sensibilidade são os sinais mais comuns da doença, segundo a dermatologista Luíza Riotinto, da Rede Oto.
“A hanseníase é curável. Se diagnosticada precocemente, evita sequelas e deformidades. O tratamento, que utiliza poliquimioterapia, é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e garante a cura quando iniciado nas fases iniciais”, explicou Riotinto.
Apesar de curável, a hanseníase pode ser contagiosa em casos avançados, sendo transmitida por gotículas respiratórias em contatos próximos e frequentes com pacientes que ainda não iniciaram o tratamento.
O desafio do estigma
Além do impacto físico, a hanseníase está associada a preconceito e isolamento social, o que dificulta o diagnóstico e tratamento. “Muitas pessoas enfrentam discriminação e até perdem seus empregos por causa do estigma relacionado à doença”, destacou a especialista.
A campanha Janeiro Roxo visa conscientizar a população sobre os sintomas e reforçar a necessidade de buscar atendimento médico em caso de suspeita. “A informação é o principal aliado para vencer o preconceito. É essencial que a população esteja atenta aos sinais e procure os serviços de saúde para diagnóstico e tratamento”, concluiu Riotinto.